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“Submarino da Morte: O narcotráfico que navega nas sombras e afunda sonhos no Atlântico”

  • Foto do escritor: Nilson Carvalho
    Nilson Carvalho
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  • 2 min de leitura
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Por: Nilson Carvalho — Papo de Artista Bahia

 

Um submarino clandestino cortando o coração do Atlântico. Quatro homens confinados num tubo de metal, levando consigo 1,7 tonelada de cocaína — e o peso de um sistema que parece nunca afundar: o narcotráfico. A recente apreensão feita por autoridades portuguesas revela muito mais do que uma carga milionária de pó branco; mostra o reflexo de um problema global que já atravessou fronteiras, governos e gerações — e que continua a deixar rastros de destruição social e moral.

 

As imagens divulgadas pela Marinha de Portugal impressionam. No meio das ondas revoltas, o “narcossubmarino” é cercado, interceptado e enfim dominado. A bordo, quatro homens — dois equatorianos, um colombiano e um venezuelano — que, segundo as autoridades, seriam parte de uma grande organização internacional do tráfico. Uma aliança de facções que une América do Sul, Europa e outros continentes em torno de um lucro que cresce à medida que a miséria humana se aprofunda.

 

Mas o que isso tem a ver conosco, povo latino, especialmente o brasileiro?

Tem tudo.

 

O aumento do consumo de cocaína na Europa — destino dessa carga — faz crescer a produção, fortalece facções criminosas e, por consequência, espalha o terror nas comunidades daqui. É um ciclo perverso onde a pobreza é usada como combustível e a juventude vira alvo. A droga não é só uma substância: é um sistema que compra silêncio, corrompe autoridades e destrói famílias inteiras, das favelas do Rio às vielas de Lisboa.

 

O chefe da unidade portuguesa de combate ao narcotráfico, Vítor Ananias, destacou que o caso mostra o alcance global das organizações criminosas. E ele tem razão. O tráfico hoje não tem fronteiras, e a guerra que parece distante lá no mar começa, na verdade, dentro das nossas próprias casas — quando o desemprego, a desigualdade e a falta de oportunidades empurram jovens para o abismo das drogas e do crime.

 

O submarino afundou antes de chegar ao seu destino, mas o impacto do que ele carregava ainda flutua sobre o oceano da nossa realidade social. São toneladas de vidas destruídas, de lares desfeitos, de promessas engolidas pelo vício e pela ganância.

 

Como ativista social, não posso olhar para essa notícia apenas como um fato policial. Ela é um alerta.

Enquanto governos discutem políticas e fronteiras, há comunidades inteiras que gritam por educação, emprego e dignidade — as verdadeiras armas contra o tráfico.

 

Quantas vezes ainda veremos embarcações afundarem sem que afundemos também em nossa própria consciência?

 

Compartilhe esta matéria e deixe sua opinião: o que falta para o mundo declarar guerra à indiferença que alimenta o tráfico?

 

Foto: Internet


1 comentário


Gratia Cynthia
há 3 dias

Excelente artigo! Lamentável demais concluir que o império da droga continua dizimando vidas.

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