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“Quando o Povo Entra, a Cultura Acontece”: Feira Nacional de Artesanato Abre as Portas com Ingresso Gratuito e Levanta Debate Sobre Sustentabilidade e Acesso Popular

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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia

 

A cultura brasileira vai pulsar forte entre os dias 3 e 7 de dezembro, quando a Feira Nacional de Artesanato (FNA) desembarca mais uma vez no Expominas, trazendo a força criativa de artesãos de todos os cantos do país. Mas, antes de celebrar, é preciso refletir: quem realmente tem acesso à arte que diz representar o povo?

 

Logo no primeiro dia, a organização promete ingresso totalmente gratuito — mas em número limitado. Um gesto que parece simples, mas que carrega uma grande pergunta social: será que democratiza de verdade ou só cria uma sensação de inclusão?


Em tempos de dificuldade financeira, desemprego e tantas portas fechadas para projetos culturais, cada oportunidade de acesso faz diferença. Para muitas famílias, talvez seja o único momento do ano em que poderão viver uma experiência assim.

 

A FNA chega com 3,5 mil artesãos distribuídos em 700 estandes, esperando cerca de 100 mil visitantes. Um evento gigante, sem dúvida. Mas como todo gigante, precisa andar com responsabilidade — e é aí que entra o debate ambiental que envolve a edição 2025.


A feira promete compensar mais de 5 toneladas de carbono, plantar mil mudas nativas e incentivar práticas sustentáveis. É bonito no papel, inspirador nas fotos, mas o impacto real só acontece quando o povo participa, fiscaliza e cobra continuidade.

 

No pavilhão, o público encontrará a mostra “Sustentabilidade em Ação”, com painéis informativos, atividades educativas e até uma calculadora de carbono para cada visitante descobrir sua própria pegada ecológica. Uma ideia poderosa, que aproxima o conceito ambiental da prática cotidiana — algo que muitos ainda acham distante por falta de informação acessível.

 

Além disso, 80% dos resíduos serão reciclados ou reutilizados, e um novo selo de Artesanato Sustentável será oferecido aos expositores responsáveis.


Se tudo funcionar como prometido, a FNA pode se tornar exemplo nacional. Mas, se ficar só no marketing verde, será mais um evento bonito que passa e não deixa raiz. E raiz é o que o Brasil mais precisa.

 

A programação cultural também será forte: oficinas gratuitas, apresentações folclóricas, intervenções artísticas e uma atriz circulando pelos corredores incentivando o consumo consciente. Tudo isso sem esquecer das famílias — crianças até 12 anos entram grátis, e o Ingresso Família dá acesso a quatro pessoas por R$ 60.

 

Para quem quiser organizar a visita, já existe um catálogo virtual com todos os artesãos participantes.

 

No final das contas, fica a pergunta:


Estamos diante de uma feira que transforma ou de mais um espetáculo passageiro?

A resposta depende de nós — do olhar atento, da crítica cidadã e da participação popular.

 

“Se a arte é do povo, então o povo precisa debater, compartilhar e levantar a voz — comente e faça essa reflexão ecoar!”


Foto: Internet


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