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“Quando a Cidade Afoga e o Povo Grita: Lauro de Freitas em Estado de Emergência — e a Pergunta que Ninguém Quer Fazer”

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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia


Lauro de Freitas acordou esta semana com um grito silencioso ecoando pelas ruas: o da urgência, o da fragilidade, o da vida à beira da água. Após dias de chuva intensa, que transformaram avenidas em rios e bairros inteiros em ilhas improvisadas, a prefeitura decretou situação de emergência por 180 dias.


Mas por trás do decreto, existe a dor de famílias desalojadas, casas destruídas, sonhos molhados e uma população que há anos paga o preço do abandono estrutural.


A prefeita Débora Regis assinou o decreto depois que a Defesa Civil confirmou o que o povo já sabia pela pele: enxurradas, erosões, alagamentos violentos, drenagem colapsada e rios transbordando como se pedissem socorro junto com o povo.


A tempestade, classificada como convectiva nível II, expôs mais uma vez a realidade que muitos insistem em varrer para debaixo do tapete: não é só a chuva que castiga a cidade — é a falta de preparo, de obras, de cuidado e de prioridade.

 

 QUANDO O CHÃO AFUNDA, QUEM SEGURA O POVO?

 

O decreto afirma que os prejuízos ultrapassam a capacidade do município.

Então a prefeitura pediu reforço ao governo estadual e ao federal, como quem grita por ajuda quando a água já bate no peito.


Assistência humanitária, reconstrução, apoio emergencial... tudo isso é necessário, sim.

Mas quem vive nos bairros periféricos sabe:

a reconstrução deveria começar muito antes que as paredes começassem a cair.

A situação climática extrema adiou até o evento gospel “Celebra Lauro”, que reuniria multidões na Praça Matriz.

A festa parou, mas a vida não — e a realidade da chuva escorreu sem pedir licença.

 

 ALERTA LARANJA É SINAL VERMELHO PARA O POVO


O Inmet colocou Lauro de Freitas em Alerta Laranja, anunciando possibilidade de até 50 mm de chuva por dia, ventos cortantes e até granizo.

A previsão fala em “risco baixo” para cortes de energia, alagamentos e descargas elétricas — mas o povo sabe que basta um piscar do céu para a cidade inteira ficar em apuros.

Porque na vida real, risco baixo não existe quando:

 

 

a drenagem não funciona

 

 

o rio não comporta

 

 

a encosta não segura

 

 

e a periferia é empurrada para áreas cada vez mais frágeis

 

 

O clima é imprevisível, mas o abandono é previsível demais.

 

O POVO PRECISA DE SOCORRO — MAS TAMBÉM DE SOLUÇÃO


A pergunta que martela na mente de qualquer ativista social é simples e incômoda:

vamos esperar até quando para tratar as enchentes como prioridade e não como tragédia anual?

A reconstrução é urgente.

A assistência é necessária.

Mas nada disso substitui o que o povo realmente precisa:

✔ urbanização digna

✔ saneamento que funcione

✔ drenagem planejada

✔ moradia segura

✔ fiscalização séria

✔ políticas permanentes, e não apenas emergenciais

A chuva só revela o que a cidade tenta esconder todos os anos.


E enquanto o poder público se movimenta, o povo segue sendo quem mais perde — sua casa, seus bens, seu trabalho, sua paz.

 

 “Se essa realidade te tocou, compartilhe. Quando o povo se cala, a água leva tudo — até os nossos direitos.”

 

Foto: Internet


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