“Ponte do Desespero: o colapso que isolou cidades, destruiu sonhos e colocou vidas em risco no coração da Bahia” 🚨
- Nilson Carvalho

- há 13 horas
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Por: Nilson Carvalho | Papo de Artista Bahia
Buracos, lama, poeira e medo. Essa é a realidade cruel enfrentada por motoristas, moradores e trabalhadores que dependem da BR-101, na altura de Eunápolis, desde que a ponte sobre o Rio Jequitinhonha foi interditada. O que era para ser uma solução provisória virou um pesadelo sem data para acabar — um retrato fiel do abandono e da lentidão das autoridades diante do sofrimento do povo.
O desvio improvisado, conhecido como Desvio da Veracel, se transformou num campo de guerra: caminhões atolam, ônibus quebram, e famílias inteiras passam horas presas em meio à lama. Quando não é o barro, é a poeira sufocando quem vive à beira da estrada. É o preço pago por quem só quer seguir viagem — ou simplesmente voltar pra casa.
“No tempo seco é poeira e buraco. No chuvoso, é atoleiro e medo. Caminhão escorrega, trava tudo, e o prejuízo é certo”, desabafa o caminhoneiro Márcio Carneiro, que há meses enfrenta esse tormento sem ver uma luz no fim do túnel.
Enquanto isso, os moradores de Belmonte e Santa Maria Eterna vivem outro drama: o isolamento. Com o desvio cortando o distrito, o barulho e a trepidação constante das carretas racham paredes, adoecem famílias e destroem o comércio local. “O sul da Bahia foi esquecido. A sensação é de abandono total”, lamenta o vereador Mathyas Barreto.
A situação é ainda mais revoltante quando lembramos que o problema não é novo. Desde o ano passado, engenheiros alertavam sobre o risco de colapso da ponte. O estudo técnico deu nota 1 (numa escala de 1 a 5) para a estrutura — ou seja, praticamente condenada. Mesmo assim, as providências demoraram tanto que hoje o perigo é real, e o prejuízo é coletivo.
A BR-101 é uma das principais artérias do país — conecta 12 estados e movimenta a economia de mais de 70 municípios baianos, incluindo polos agrícolas e turísticos como Porto Seguro. Mas o descaso com essa ponte virou um gargalo que trava o progresso, encarece o transporte e ameaça vidas todos os dias.
O Governo Federal anunciou R$ 104 milhões para a construção de uma nova ponte e o reforço da estrutura antiga. O Dnit promete iniciar as obras “até a primeira quinzena de novembro”. Mas quem está na estrada duvida — e com razão. A promessa já virou rotina. Enquanto isso, o povo continua atolado em lama e sofrimento.
O caminhoneiro Sérgio Barbosa resume o sentimento de quem vive esse drama:
“Se eu souber que vai chover, não entro mais lá. Prefiro dormir na estrada do que arriscar minha vida.”
O olhar de um ativista social:
O que está acontecendo no Rio Jequitinhonha não é apenas um problema de infraestrutura — é um símbolo do abandono institucional que atinge as veias do Brasil profundo. Quando o Estado falha, quem sofre é o povo simples: o motorista, o lavrador, o comerciante, o pai de família que vê sua renda escorrer na lama.
E enquanto a burocracia avança a passos lentos, a dignidade de milhares de trabalhadores afunda junto com cada pneu atolado.
Essa não é apenas uma ponte interditada. É uma vida interrompida. É um grito por socorro ignorado.
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Quantas pontes ainda precisam ruir para que nossas autoridades acordem?
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Papo de Artista Bahia — a voz do povo que não se cala.
Foto: Internet







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