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“40 corpos na praça: o grito silencioso de uma cidade em guerra — até onde vai a dor do povo e o poder do Estado?”

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Por: Nilson Carvalho

 

Amanheceu no Rio de Janeiro, mas a luz do dia não trouxe paz. Após a operação policial mais letal da história da cidade, o que se viu nas ruas foi uma cena que choca o país: moradores do Complexo da Penha levando 40 corpos até a Praça São Lucas, numa tentativa desesperada de dar nome, rosto e dignidade aos mortos que a madrugada deixou para trás.

 

Segundo relatos, os corpos estavam espalhados na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia — um território de guerra onde o som dos tiros substituiu o direito de viver. O número de mortos pode ultrapassar 64 pessoas, entre suspeitos e inocentes, em uma ação que envolveu também o Complexo do Alemão.

 

O ativista social Raull Santiago, que participou do resgate, desabafou:

“Em 36 anos de favela, nunca vi nada igual. É brutal, é violento num nível que eu nunca imaginei presenciar.”

 

Enquanto os corpos desciam o morro, famílias buscavam seus parentes entre sacos pretos e lágrimas. A praça virou um cemitério improvisado, um palco de dor coletiva.

 

De um lado, o Governo do Estado e a Polícia Militar defendem que a operação foi necessária para combater o crime organizado, resultando na morte de 60 suspeitos e quatro policiais.

Do outro, moradores denunciam excesso de força, execuções sumárias e violência desmedida em comunidades já marcadas pela exclusão e pelo abandono do poder público.

 

O secretário de Segurança, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, declarou que a situação está sendo apurada e que há investigações em andamento. Mas, na prática, o que resta é o medo — e uma pergunta que ecoa pelas vielas e praças do Rio:

 

 Quem são esses mortos? Eram inimigos ou eram cidadãos que só estavam no lugar errado, na hora errada?

 

 O olhar de um ativista social:


O que aconteceu na Penha não é apenas uma tragédia policial — é um espelho do Brasil que falha todos os dias com seu povo. A ausência de políticas públicas, a falta de oportunidades e o descuido social criam um terreno fértil para o crime e a repressão violenta.

E o que deveria ser proteção virou campo de batalha. Quem paga a conta são sempre os mesmos: os pobres, os pretos e os esquecidos.

 

 O país precisa parar e refletir:

Quantos mais terão que morrer para que o Estado perceba que segurança pública não se constrói com sangue, mas com dignidade e justiça social?

 

A sociedade também precisa se olhar no espelho e responder:

Por que deixamos chegar a esse ponto? E o que vamos fazer de hoje em diante para que essa história não se repita?

 

 Papo de Artista Bahia – a voz que ecoa o grito do povo.

 

“Não existe paz onde o choro é rotina. E você, até quando vai se calar diante dessa realidade?”

 

Foto: Internet


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