“Pernambucanas na Mira da Justiça: 70% dos funcionários atingidos e condenação milionária expõe a ferida do trabalho abusivo no Brasil”
- Nilson Carvalho
- há 12 horas
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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia
Quando uma grande rede varejista cresce, brilha e se espalha pelo país, o mínimo que se espera é que o trabalhador — quem realmente faz a máquina girar — receba respeito, descanso e dignidade. Mas entre 2013 e 2015, a realidade encontrada nas lojas das Casas Pernambucanas, no Paraná, revelou exatamente o contrário: jornadas estouradas, intervalos cortados e descanso semanal ignorado.
Não foi denúncia isolada, não foi intriga.
Foi constatação oficial: cerca de 70% dos funcionários estavam sendo prejudicados.
E assim, mais uma vez, o trabalhador brasileiro teve que correr atrás da Justiça para garantir direitos que já deveriam ser sagrados.
O que a fiscalização encontrou?
No projeto “Maiores Infratores”, a Superintendência Regional do Trabalho vasculhou 11 lojas em seis cidades. O resultado foi um retrato duro — e conhecido por muitos brasileiros:
Jornadas acima do permitido
Intervalos de descanso “enxugados” ou simplesmente eliminados
Falta de repouso semanal no domingo, que é lei e tradição
Rotina pesada que adoecia silenciosamente quem dependia daquele salário
E enquanto as lojas batiam metas, era o corpo do trabalhador que pagava a conta.
A Justiça entrou em cena — e o povo venceu (em partes)
O Ministério Público do Trabalho moveu ação pedindo multa milionária e correção imediata das irregularidades. Mas, para surpresa de muitos, a primeira decisão negou o pedido, argumentando que a empresa “já estava melhorando”.
Melhorando para quem?
Certamente não para quem voltava para casa exausto, sem intervalo e sem domingo.
Foi só depois de recurso no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região que a verdade pesou: os abusos continuavam afetando muita gente, e a empresa precisava ser responsabilizada.
O TRT determinou:
✅ Regularização da jornada
✅ Descanso semanal preferencialmente aos domingos
✅ Multa diária de R$ 10 mil por descumprimento
✅ Indenização por dano moral coletivo de R$ 500 mil
Mais tarde, o Tribunal Superior do Trabalho manteve a condenação, mas reduziu o valor para R$ 200 mil, levando em conta que as violações vinham diminuindo.
Ainda assim, a condenação carrega um recado claro:
quem lucra com o suor do trabalhador não pode transformar esse suor em sofrimento.
🧍♂️ E o que isso significa para o povo?
É simples de entender, até para quem nunca ouviu falar de TRT, TST ou TAC:
➡️ Quando uma grande empresa é punida, outras prestam atenção.
➡️ Quando os direitos são cobrados, o trabalhador deixa de ser tratado como máquina.
➡️ Quando a Justiça age, nasce esperança — porque ninguém quer voltar aos tempos de jornada sem fim e descanso inexistente.
Essa vitória não apaga o dano, mas mostra que o trabalhador nunca está sozinho quando tem voz, fiscalização e luta coletiva.
O que você acha? A punição foi suficiente ou o trabalhador merecia mais justiça? Comente e compartilhe!
Foto: Internet



