ESCÂNDALO EM PARIS? DINHEIRO DO POVO NA PASSARELA!

Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia

O Brasil acordou mais uma vez com aquela sensação amarga de déjà-vu: dinheiro público sendo usado em eventos que pouco — ou quase nada — dialogam com a realidade do povo que enfrenta ônibus lotado, salário apertado e fila em hospital. Enquanto isso, lá em Paris, sob as luzes da Torre Eiffel, o Governo Federal desembolsou R$ 344,4 mil em um desfile que contou com a presença da primeira-dama Janja, ao lado de Brigitte Macron.

O evento, chamado “Brasil, Criativo por Natureza”, reuniu estilistas brasileiras num dos endereços mais caros e exclusivos de Paris, o Café de l’Homme. Mas a pergunta que ecoa nas ruas da Bahia, do Nordeste e do Brasil é simples: quem realmente se beneficia desse gasto?

O POVO PAGA A CONTA, A ELITE APLAUDE?

A informação foi divulgada pelo colunista Igor Gadelha, após requerimento do deputado Gustavo Gayer. O recurso saiu da ApexBrasil, ligada ao Ministério comandado por Geraldo Alckmin. Um valor que, para muitos brasileiros, representa meses de salário, anos de luta — e para outros, apenas uma noite de glamour.

E não para por aí…

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) firmou um contrato de R$ 27,9 milhões com a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) para a cobertura da COP-30. Uma entidade que, segundo dados da Coluna do Estadão, já recebeu R$ 710 milhões do governo atual — um aumento de 800% em relação à gestão anterior.

Enquanto isso, comunidades seguem pedindo saneamento, educação e saúde básica.

 OLHAR DE UM ATIVISTA SOCIAL

Quando um governo investe pesado em eventos internacionais, o discurso é sempre o mesmo: “fortalecer a imagem do Brasil lá fora”. Mas aqui dentro, a imagem que fica é outra: o sentimento de abandono.

O povo quer saber:

344 mil em uma passarela em Paris traz de volta o pão de cada dia para quem está desempregado?

27,9 milhões para uma cobertura jornalística representam quantas escolas poderiam ser reformadas?

A arte, a cultura e a moda brasileiras merecem investimento — isso é fato. Mas não pode existir cultura de verdade quando o povo não tem dignidade. É incoerente pedir que o Brasil seja um país “criativo por natureza” enquanto milhões lutam para sobreviver.

 A VOZ DO POVO NÃO PODE SER SILENCIADA

É preciso transparência. É preciso responsabilidade. É preciso prioridade.

Enquanto o luxo brilha na França, a periferia grita na Bahia. É hora de olhar para o povo que sustenta esse país e dizer:

“Vocês também merecem ser protagonistas.”

“Até quando o brilho das passarelas vai ofuscar a realidade do povo? Comente, compartilhe e faça essa reflexão ecoar!”

Foto: Internet