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Operação na Bahia expõe ferida aberta: quando o crime invade até as salas de aula

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Por: Jornalista Nilson Carvalho — Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

Nesta sexta-feira (8), a Operação Rede Oculta sacudiu o sudoeste da Bahia, revelando algo que dói na alma de qualquer cidadão de bem: o crime organizado não está apenas nas esquinas escuras, mas, infelizmente, também infiltrado onde menos se espera.

 

A Polícia Civil, com 100 agentes em 20 equipes, desmontou parte de uma facção que atuava em Barra do Choça e Vitória da Conquista, ligada ao tráfico e a homicídios. Entre os presos, está um servidor público que exerce a profissão de professor — alguém que deveria ser exemplo, mas que, segundo as investigações, escolheu o caminho oposto: o da destruição.

 

Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão, incluindo ações dentro de presídios na Bahia e até no Espírito Santo. Celulares, anotações e provas que mostram como essa “rede” se mantinha ativa mesmo atrás das grades foram apreendidos.

 

Mas aqui vai o ponto que, como ativista social, me preocupa: quando um educador — aquele que tem o poder de moldar mentes — se envolve com o crime, não é só a lei que é ferida, é o futuro de nossas crianças que é ameaçado. Um professor tem nas mãos a chance de ensinar valores, construir sonhos, abrir portas. Quando essa missão é traída, o impacto social é devastador.

 

Essa operação é necessária, é um passo para cortar a raiz do mal. Mas não podemos nos enganar: prender é parte da solução, a outra parte é investir pesado em educação de qualidade, oportunidades reais e políticas sociais que impeçam que nossos jovens vejam no crime a única saída.

 

Como sociedade, precisamos acordar para o fato de que o tráfico não se fortalece sozinho — ele se alimenta da ausência do Estado, do abandono social e da falta de esperança. Enquanto não enfrentarmos isso, novas “redes ocultas” continuarão surgindo, mudando apenas de nome e endereço.

 

“Justiça não é só punir o culpado, é impedir que novos culpados nasçam.”

 

Que esta notícia não seja apenas mais uma manchete que se perde no tempo.

Compartilhe, converse, reflita. O futuro de nossas comunidades depende do que escolhemos tolerar hoje.


Foto: Internet

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