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Trabalhar Virou Pena de Morte? Cadê a Segurança, Governador? O Povo Quer Saber!

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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia


“A Bahia mata mais do que muitas guerras — e o silêncio das autoridades também puxa o gatilho.”

 

O que mais precisa acontecer para o Estado reagir? Em Salvador, três trabalhadores foram executados por uma facção criminosa simplesmente por estarem trabalhando. Não foi confronto. Não foi engano. Foi recado. Um aviso brutal de que o crime organizado tenta ditar regras onde o poder público não chega — ou não se impõe.

 

Ricardo Antônio da Silva Souza (44), Jackson Santos Macedo (41) e Patrick Vinícius dos Santos Horta (28) saíram de casa para instalar e manter internet. Horas antes de morrerem, gravaram um vídeo descontraído, rindo, como qualquer trabalhador antes do expediente. Pouco depois, foram sequestrados, levados à força e executados no Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador — área já conhecida por moradores como palco de mortes e desova de corpos.

 

O “pedágio do terror”

 

As investigações indicam que o crime foi motivado pela cobrança de um “pedágio” ilegal exigido por facção para permitir a atuação de empresas em determinados bairros. A mensagem era clara e cruel: se não pagar, morre. Segundo familiares, as ameaças eram frequentes. Traficantes abordavam técnicos nas ruas e intimidavam a empresa responsável pelo serviço. Quem pagaria a conta foi o trabalhador, elo mais fraco da corrente.

 

A empresa citada, Planet Internet, lamentou publicamente as mortes e se solidarizou com as famílias. Mas a pergunta que ecoa nas ruas é maior: quem garante o direito básico de trabalhar e voltar vivo para casa?

 

Farda de trabalho, mãos amarradas

 

As vítimas foram encontradas com fardas de trabalho, mãos e pés amarrados. Não há registros de processos contra elas no Tribunal de Justiça da Bahia. Eram pais, filhos, amigos — trabalhadores sem qualquer ligação com o crime. A Polícia Militar isolou a área, o DPT realizou os procedimentos, e o DHPP investiga. Até agora, ninguém preso.

 

Quem manda nos bairros?

 

Quando facções cobram taxa para autorizar serviços, o Estado perde território. O resultado é devastador para o povo: empresas recuam, serviços desaparecem, bairros ficam isolados, o medo domina. Não há benefício algum para a população — só luto, desemprego e insegurança.

 

É preciso dizer com todas as letras: a Bahia mata mais do que muitas guerras. Aqui, os tiros não vêm de campos de batalha declarados, mas de ruas onde o povo só quer trabalhar. E quando a resposta do poder público é lenta ou silenciosa, o silêncio também mata.

 

Até quando?

 

Hoje foram três técnicos de internet. Amanhã pode ser o motoboy, o eletricista, a enfermeira, o ambulante. Trabalhar não pode ser sentença de morte. O povo quer respostas, ações concretas e presença do Estado onde hoje impera o medo.

 

Quando o trabalhador vira alvo e o crime dita regras, não é só violência — é abandono. Cadê a segurança, governador? O povo quer saber.

 

Foto: Internet

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