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“Cultura Invisível: Até Quando o Artista Brasileiro Vai Ficar de Fora?”

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Por: Nilson Carvalho - Papo de Artista Bahia

 

Quando se fala em cultura no Brasil — e especialmente na Bahia — quase sempre o holofote aponta para a música. É linda, é forte, é nossa. Mas a pergunta que ecoa nas ruas, ateliês e feiras populares é simples e dolorosa: será que cultura é só música?

 

E as artes visuais? E o artesanato que carrega identidade, ancestralidade e história? E os artistas plásticos, escultores, ilustradores, grafiteiros e criadores que movimentam a cultura todos os dias, mas seguem sendo empurrados para a margem?

 

A realidade é dura. Milhares de artistas são esquecidos pelos megaprojetos financiados pela Lei Rouanet. Não por falta de talento, mas por falta de acesso. Para tentar entrar no sistema, o artista precisa pagar caro para alguém elaborar um projeto técnico — dinheiro que a maioria não tem. E, mesmo pagando, não há garantia de aprovação. É apostar o pouco que se tem sem saber se o amanhã virá.

 

Como dizia minha avó, “fica a ver navio”. E dói.

 

O resultado desse abandono é visível: a cada dia, menos artistas conseguem permanecer na arte. Muitos são obrigados a trabalhar fora da sua área apenas para sobreviver, deixando para trás sonhos, pesquisas, técnicas e legados culturais. Um país rico em criatividade, mas pobre em políticas públicas acessíveis.

 

Recebo dezenas de relatos de artistas que sequer conseguem dar o primeiro passo na Lei Rouanet. Não por falta de ideias, mas porque o sistema não dialoga com quem está na base da cultura. Isso não é inclusão. Isso é exclusão disfarçada de incentivo.

 

É triste — e revoltante — saber que o Brasil, celeiro de talentos reconhecidos no mundo inteiro, trata seus próprios artistas como se não existissem. A pergunta que o povo faz é clara e urgente: até quando a arte que não dá lucro imediato será ignorada? Até quando o artista será invisível dentro da própria cultura?

 

“Um país que abandona seus artistas está assinando o atestado de morte da própria cultura. Arte não é favor — é direito.”

 

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Foto: Internet

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