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Dezembrite”: quando o fim do ano pesa no coração do povo — e o corpo vira caminho de cura

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Por: Nilson Carvalho - Papo de Artista Bahia

 

Dezembro chega com luzes, festas, abraços e promessas… mas para muita gente, o que bate primeiro não é a alegria — é a ansiedade. A famosa “dezembrite”, como vem sendo chamada a síndrome emocional do fim do ano, não é frescura nem exagero. É real, silenciosa e atinge milhares de brasileiros que, em vez de celebrar, estão tentando apenas sobreviver emocionalmente à virada do calendário.

 

Dados da International Stress Management Association (ISMA-BR) revelam um alerta que não pode ser ignorado: 72% dos brasileiros relatam aumento significativo do estresse em dezembro. E a pergunta que fica é simples e dolorosa: por que um mês que deveria simbolizar esperança acaba adoecendo tanta gente?

 

A conta emocional que chega no fim do ano

 

Dezembro não é só festa. É balanço. É cobrança. É comparação. É aquela conversa dura com o espelho: “o que eu consegui?”, “o que ficou pelo caminho?”, “por que não cheguei onde sonhava?”

A psicóloga e nutricionista Gilvânia Araújo explica que esse fechamento de ciclo ativa gatilhos profundos. “A virada do ano nos empurra para uma revisão interna que, muitas vezes, vem carregada de frustração, tristeza e ansiedade”, afirma.

 

E não para por aí. As mesas fartas, os doces, os excessos — tudo isso também pesa. A ideia de “aproveitar tudo” vira culpa, e o açúcar, segundo especialistas, pode intensificar episódios de compulsão e descontrole emocional. O corpo sente. A mente responde.

 

O exercício físico como resistência emocional

 

Em meio a esse turbilhão, uma ferramenta simples, acessível e muitas vezes subestimada surge como aliada poderosa: o movimento do corpo.

Não para buscar o “corpo perfeito”, mas para salvar a saúde mental.

 

A prática regular de exercícios físicos estimula neurotransmissores como a dopamina, ligados ao prazer e ao bem-estar. Mais do que estética, o treino passa a ser um ato de autocuidado e sobrevivência emocional. “Não é sobre cobrança, é sobre gentileza consigo mesmo”, reforça Gilvânia.

 

Menos cobrança, mais consciência

 

O treinador Lucas Florêncio, da Smart Fit, alerta: em períodos de estresse, o treino precisa mudar de propósito. “Não é hora de exaustão extrema. É hora de controle, consciência corporal e equilíbrio”, explica.

Treinos moderados, foco na respiração, mobilidade e intervalos adequados ajudam a reduzir o cortisol — o hormônio do estresse — e evitam sobrecarga emocional.

 

A ciência confirma: 3 a 5 sessões semanais, de 30 a 60 minutos, já são suficientes para gerar benefícios psicológicos reais. O segredo não está na intensidade, mas na constância.

 

O que isso muda para o povo?

 

Em um país onde a saúde mental ainda é tratada como luxo, entender a “dezembrite” é um passo importante para quebrar o silêncio. Exercício físico, quando acessível, vira política de cuidado. Vira prevenção. Vira ferramenta de dignidade.

 

Cuidar do corpo não resolve todos os problemas — mas ajuda a atravessar o caos com mais força, clareza e esperança. E isso, para quem vive na luta diária, já é muita coisa.

 

E você? Já sentiu o peso emocional do fim do ano? Acredita que o movimento pode ser um caminho de cura? Comente, compartilhe e ajude essa conversa a alcançar quem precisa ouvir.

 

Foto: Internet


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