Chuvas intensas colocam Salvador e mais de 50 cidades em alerta: quando a natureza fala, é o povo quem mais sofre
- Nilson Carvalho

- 17 de ago.
- 2 min de leitura

Por: Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou um alerta amarelo: Salvador e mais de 55 cidades da Bahia estão sob risco de chuvas intensas neste fim de semana. A previsão é de precipitações entre 20 e 50 mm por dia, principalmente na Região Metropolitana da capital, além de municípios do Norte e do Sul do estado.
A princípio, o risco de alagamentos e deslizamentos é considerado baixo. Mas quem vive em encostas, áreas alagadiças ou bairros sem infraestrutura sabe: basta chover um pouco mais forte para a vida se transformar em angústia. Não é apenas a água da chuva que cai do céu — é o peso da desigualdade que escorre pelas ladeiras da Bahia.
A voz da Defesa Civil
A recomendação é clara: evitar áreas de risco, prestar atenção a encostas e não usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada durante tempestades. Em caso de emergência, a população deve acionar:
199 (Defesa Civil)
193 (Corpo de Bombeiros)
Mais do que previsão: uma realidade de descaso
Cidades como Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho, Valença, Itacaré, Cruz das Almas e Cachoeira já conhecem de perto os efeitos da chuva. Para quem tem casa segura, saneamento básico e apoio do poder público, a água pode ser apenas um incômodo passageiro. Mas para milhares de famílias, cada goteira é medo, cada trovão é desespero, cada alagamento é risco de perder o pouco que têm.
O alerta do Inmet não pode ser visto apenas como uma questão climática, mas como um grito social. A cada temporal, fica evidente a ausência de políticas públicas consistentes de habitação, drenagem, saneamento e cuidado com as áreas mais vulneráveis.
A pergunta que fica
Até quando vamos naturalizar que os mais pobres carreguem sempre o maior peso das tragédias? As chuvas não escolhem onde cair, mas a desigualdade escolhe quem vai sofrer mais.
Que este alerta não seja apenas de meteorologia, mas de consciência. Porque quando a chuva cai, não deveria cair junto a dignidade do povo. Compartilhe, reflita e desperte — a prevenção é dever do Estado, mas a vida é direito de todos.
Foto: Internet







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