Cancelamento do Salvador Fest 2025 expõe dilema: cultura popular x crise econômica
- Nilson Carvalho

- 13 de ago.
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Por Nilson Carvalho – Jornalista, Ativista Social, Embaixador dos Direitos Humanos e Cultural
A música tem o poder de unir, curar e levar alegria onde muitas vezes só há rotina e dificuldades. Mas, este ano, milhares de pessoas em Salvador sentirão um vazio no calendário cultural. A Salvador Produções anunciou, no dia 13 de agosto, o cancelamento da edição 2025 do Salvador Fest, que estava marcada para 14 de setembro, no Wet’n Wild.
A justificativa oficial aponta uma combinação de fatores: aumento de custos de estrutura e logística, alta nos preços das passagens aéreas, instabilidade econômica, dificuldade na captação de patrocínios e, principalmente, a insegurança financeira da população. Essa última razão, embora reconhecida, revela uma ferida aberta: o povo tem cada vez menos acesso a momentos de lazer e cultura por conta da crise que corrói o orçamento familiar.
O Salvador Fest sempre foi conhecido como um evento popular, que reunia grandes artistas e oferecia estrutura de qualidade a preços mais acessíveis. Para muitos trabalhadores, era o momento de viver uma experiência única, um respiro no meio do ano. Porém, o atual cenário mostra que até mesmo a alegria coletiva está sendo sacrificada pela escalada dos custos e pela perda do poder de compra.
Embora a produtora prometa ressarcir integralmente os ingressos, a questão que fica é maior: até quando a crise vai nos privar não só do pão, mas também da arte, da cultura e da música que alimentam a alma?
A cultura não é luxo — é parte essencial da dignidade humana, um direito que fortalece identidade e esperança. Quando o povo perde o acesso à festa, perde também a oportunidade de celebrar a vida.
Uma cidade sem festa é um povo sem sorriso. E um povo sem sorriso perde a força de lutar.
Foto: Internet







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