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“TRT 5 Inaugura Nova Sede em Salvador: Um Marco de Modernidade, Mas E o Acesso à Justiça Para Todos?”


Por Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador da Cultura e dos Direitos Humanos

 

Um novo endereço, um novo tempo — mas a mesma missão: garantir justiça ao trabalhador.

Na segunda-feira (30), o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT 5) inaugurou sua nova sede em Salvador, na Avenida Paralela, batizada simbolicamente de Fórum 2 de Julho, em homenagem à luta pela independência baiana. Com 39 varas trabalhistas em funcionamento na Torre 1, o espaço traz consigo promessas de dignidade, tecnologia de ponta e acessibilidade.

 

A mudança, comemorada por autoridades como o desembargador Jéferson Muricy, representa um avanço estrutural inegável. Com previsão da unificação de todas as instâncias até o fim do ano, o TRT busca eficiência logística, acolhimento aos servidores e respeito aos cidadãos que ali buscam seus direitos.

 

Contudo, como em toda conquista, surgem questionamentos legítimos: será que a modernidade alcançará também os mais vulneráveis? Aqueles que, muitas vezes, não têm acesso nem ao transporte até os centros urbanos, conseguirão usufruir do “fórum tecnológico” com a mesma dignidade prometida?

 

Tecnologia: aliada ou filtro invisível?

O uso de câmeras 360º com reconhecimento facial para audiências remotas é uma inovação inédita no Judiciário brasileiro. Com ela, espera-se mais transparência e assertividade nos julgamentos. No entanto, o que é avanço para uns pode ser intimidação para outros. Quantos trabalhadores humildes, com dificuldades digitais, conseguirão entender e se expressar diante de uma câmera de alta definição em tempo real?

 

A justiça não pode parecer um espetáculo distante. Ela precisa ser, antes de tudo, humana, acessível e sensível à realidade daqueles que mais precisam dela.

 

A distância do antigo Comércio para a nova sede na Paralela é curta no mapa, mas pode ser longa para quem carrega a vida nos ombros e um processo nas mãos.

É preciso garantir que o brilho do prédio novo não ofusque as necessidades dos mais frágeis — aqueles que sustentam o país com o suor do trabalho, mas ainda enfrentam barreiras para serem ouvidos.

 

Que o novo Fórum 2 de Julho seja mais do que um endereço. Que ele se torne um símbolo de reparação, empatia e escuta ativa — onde todo trabalhador, toda trabalhadora, independente da origem ou condição, seja tratado com a mesma dignidade que a estrutura promete oferecer.

 

“Não basta construir um novo fórum — é preciso garantir que a justiça entre por todas as portas e chegue onde o povo está.”

 

Compartilhe. Reflita. Lute pela justiça acessível a todos.


Foto: Internet

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