Tragédia Anunciada? Ambulância Pega Fogo em Salvador e Escancara o Estado de Abandono da Frota Pública
- Nilson Carvalho

- 2 de jun.
- 2 min de leitura

Salvador, BA — O que poderia ter sido mais uma tragédia no trânsito da capital baiana acabou se tornando um alarme social que não pode ser ignorado. Uma ambulância do Hospital Geral Roberto Santos, referência na rede pública de saúde da Bahia, pegou fogo na tarde desta segunda-feira (2) no bairro do Rio Vermelho, deixando moradores e motoristas em pânico. Por sorte, ninguém ficou ferido.
O incidente ocorreu na Rua Conselheiro Pedro Luiz. Segundo testemunhas, o veículo começou a soltar fumaça intensa pelo capô antes de ser rapidamente consumido pelas chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado e controlou o incêndio, evitando danos maiores. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que o veículo estava sem pacientes ou acompanhantes e que o caso será investigado.
Mas a pergunta que ecoa nas ruas é: e se houvesse alguém ali dentro?
Um sintoma de um problema maior
Apesar de parecer um caso isolado, o incêndio revela uma ferida exposta na saúde pública: o sucateamento da frota de ambulâncias, a falta de manutenção preventiva e o abandono progressivo da infraestrutura básica que deveria salvar vidas. O Hospital Roberto Santos atende milhares de pacientes todos os meses e, como muitos hospitais públicos, depende de veículos operacionais para garantir transporte rápido e seguro.
Quantas ambulâncias circulam com defeitos escondidos? Quantas vidas estão sendo transportadas dentro de bombas-relógio sobre rodas? A população não pode mais aceitar que a precariedade seja tratada com normalidade, nem que a sorte seja a principal responsável por evitar tragédias.
O silêncio que grita
As imagens da ambulância em chamas viralizaram nas redes sociais, não apenas pelo susto, mas pela revolta. Para muitos, o fogo consumiu mais do que um veículo: queimou a confiança no sistema que deveria protegê-los.
O caso será investigado, mas o povo quer mais do que respostas: quer responsabilidade, ação e segurança. Porque quando se trata de ambulâncias, não estamos falando de luxo, e sim de vidas que não podem esperar por reparos ou desculpas.
“Quando o fogo consome uma ambulância, o que está queimando não é só metal — é o reflexo de uma saúde pública em chamas.”
Foto: Internet
Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos







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