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SOS Aldeia Hippie de Arembepe: quando a utopia vira abandono


"13 de junho de 2025: a noite em que o silêncio do poder público fez ecoar o terror na Aldeia Hippie — balas feriram corpos, o abandono feriu a alma."

 

No coração do litoral de Camaçari, entre coqueiros, mar e memórias de um tempo em que a paz era rotina e a arte enchia os olhos, agoniza um símbolo da cultura alternativa brasileira: a Aldeia Hippie de Arembepe.

 

Tombada, respeitada mundialmente e única no país ainda habitada, a aldeia virou retrato do abandono, da dor e do esquecimento institucional. O que antes era sinônimo de liberdade, turismo, convivência pacífica e inclusão social, hoje é cenário de medo, insegurança e desespero.

 

"Aqui era um paraíso. Hoje é um abandono cercado de silêncio oficial."

A população, majoritariamente humilde e sobrevivente de um turismo artesanal e cultural, grita por socorro — e ninguém escuta.

Dona Jane, moradora antiga, resume em lágrimas:

"Eu tenho medo de sair de casa. Meu filho... só Deus pode nos ajudar. Esse governo nos esqueceu, parece que somos indigentes."

 

Francisco, com olhar perdido, sussurra o que todos sentem:

"Fomos abandonados. O que fazer, meu irmão?"

 

E a dor se aprofunda com um grito coletivo que precisa ecoar:

"Estamos vivendo debaixo de tiroteios diários, noites de terror. O medo tomou conta das nossas famílias. O que mais falta acontecer para o poder público interferir?"

 

Onde estão os que prometeram virar a chave?

Dona Maria, 78 anos, fala como quem enterrou memórias queridas:

"Essa aldeia era lugar de segurança. Meus filhos e netos tomavam banho aqui. Hoje... virou terra de ninguém."

 

A fala que mais doeu ouvir veio de dona Rute:

"Estamos sendo expulsos das nossas casas pelo medo. Cadê a justiça dos homens? Porque estamos sobrevivendo só com a justiça de Deus."

 

Seu Roque, José, Antônio... são muitos os nomes, muitos os rostos marcados pela indignação e pelo abandono.

E entre eles, o choro de Bartolomeu corta como faca:

"Nunca vi esse lugar tão abandonado. Chegamos ao caos total. Estamos no fundo do poço."

 

A pergunta que ecoa sem resposta: é isso que essa comunidade merece?

Prefeito, vereadores, Ministério Público, Governo da Bahia:

Quantas tragédias mais serão necessárias para vocês agirem?

Até quando esse povo vai ser tratado como invisível?

Cadê o respeito com a história, com a cultura, com a vida dessas pessoas?

 

Dona Bernadete gritou o que todo o Brasil precisa ouvir:

"Será que só quando morrer alguém é que vocês vão aparecer?"

 

A Aldeia Hippie não precisa de promessas. Precisa de ação, de segurança, de dignidade. A comunidade não quer luxo. Quer o mínimo: respeito.

 

Porque abandono também mata. Silêncio também é violência. E omissão é uma escolha política.

 

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 “Antes que reste apenas saudade, é preciso agir. O tempo da utopia não pode virar o tempo do luto.”

 

Fotos: GPAB

Por Malu Araújo — Jornalista da TV BAHIA 3 com a colaboração - Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos

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