SALVADOR AVANÇA NOS TRILHOS: VLT CHEGA A 40 KM E PROMETE REVOLUCIONAR O TRANSPORTE URBANO

Por Nilson Carvalho – Jornalista e ativista social

Salvador está prestes a escrever um novo capítulo em sua história de mobilidade urbana. Nesta segunda-feira (21), o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, autorizaram um aditivo contratual para expandir o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), garantindo um novo trecho que ligará o Comércio à Calçada, com cerca de 3,5 quilômetros.

Com a nova etapa, o VLT chegará à marca simbólica de 40 km de extensão, ultrapassando a meta inicial do governo. “Salvador ingressa no seleto grupo das cidades mais importantes no transporte ferroviário do Brasil”, afirmou Eracy Lafuente Pereira Maciel, diretor de obras da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB).

A obra será financiada com recursos economizados no contrato do tramo 3 do metrô, que liga Pirajá a Águas Claras. Essa economia, autorizada pela Caixa Econômica, foi remanejada para viabilizar a expansão do VLT.

O modal, que substituirá o antigo trem do Subúrbio Ferroviário, é mais que um projeto de engenharia: é uma promessa de inclusão social e integração urbana. Ao conectar a Ilha de São João, o Subúrbio, o centro histórico e a orla, o VLT aproxima comunidades, reduz desigualdades e devolve dignidade ao transporte público.

Com 35 paradas, investimento total de R$ 3,6 bilhões e previsão de entrega no primeiro semestre de 2026, o projeto já conta com a aquisição de 40 trens em parceria com o Governo do Mato Grosso, somando mais de R$ 1 bilhão em equipamentos de última geração.

Mas, como todo avanço, ele levanta reflexões importantes. Quem mais precisa desse transporte será realmente beneficiado? As comunidades tradicionais do Subúrbio terão voz nas decisões e garantias de permanência, ou serão empurradas para as margens da cidade em nome do “progresso”?

A mobilidade é um direito, não um privilégio. Que o VLT seja de fato um trilho de oportunidades e não apenas um símbolo para poucos.

Leia, compartilhe e reflita: progresso sem inclusão é apenas maquiagem social.

Foto: Internet