top of page

“Quando salvar vidas se torna um risco: o alarmante avanço da violência contra profissionais da saúde”

ree

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Artista Plástico e Embaixador dos Direitos Humanos

 

O que antes era um espaço de cura e acolhimento, agora também abriga o medo. Em um hospital no bairro da Graça, em Salvador, uma enfermeira de 36 anos foi brutalmente agredida com socos e arranhões por uma acompanhante de paciente — uma mulher de 67 anos. O caso, além de grave, escancara uma triste realidade: os profissionais da saúde estão adoecendo não apenas pelas jornadas exaustivas, mas também pela violência de quem deveriam estar cuidando.

 

Não é um fato isolado. É sintoma de uma sociedade doente, que parece ter perdido o freio da empatia. Só em 2024, o Brasil registrou mais de 4.500 casos de agressões contra profissionais da saúde — um aumento de 68% na última década. São 12 agressões por dia. Doze. Em ambientes que deveriam ser santuários de cuidado e respeito.

 

Na Bahia, 351 médicos denunciaram abusos, colocando o estado entre os cinco mais violentos para quem dedica a vida a salvar outras. E se os médicos estão na linha de frente, os enfermeiros e técnicos — geralmente os mais expostos — vivem um terror silencioso: 80% já sofreram algum tipo de agressão, segundo o Coren-SP.

 

O caso recente em Salvador é apenas mais uma página dessa triste estatística, mas cada página tem nome, rosto e história. A enfermeira agredida é filha de alguém, talvez mãe, irmã, alguém que estudou anos para servir à vida e que agora precisa lidar com traumas físicos e emocionais causados por quem deveria respeitá-la.

 

A pergunta que ecoa é inevitável: em que ponto perdemos o controle? Como normalizamos o desrespeito, a intolerância e a brutalidade dentro de ambientes hospitalares?

 

Não há justificativa — nem idade, nem estresse, nem dor — que autorize a agressão. O que há é uma urgência: criar políticas efetivas de proteção aos profissionais da saúde, fortalecer a segurança nos hospitais e, sobretudo, reconstruir a cultura do respeito. Não se trata apenas de punir, mas de educar. A violência não é um surto momentâneo — é reflexo de uma sociedade em colapso emocional e moral.

 

“Quando quem salva vidas precisa se proteger da violência, é sinal de que todos estamos doentes. Leia, compartilhe e reflita: que sociedade estamos construindo?”


Foto: Internet

 

Comentários


  • Youtube
  • Instagram
  • Facebook

©2025 Papo de Artista Bahia - Todos os direitos autorais reservados.​

(71) 98682-7199
bottom of page