Quando o Golpe Vem de Quem Deveria Proteger: O Brasil que Fere os Seus Idosos

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Ambientalista e Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura

Num país onde a palavra “honestidade” começa a soar como utopia, mais um escândalo nos arranca o fôlego — não pela surpresa, mas pela dor de ver repetido o mesmo roteiro trágico. Desta vez, o palco foi Itamaraju, no extremo sul da Bahia, onde um gerente de correspondente bancário foi preso por suspeita de aplicar golpes financeiros contra idosos — cidadãos já fragilizados pela idade e muitas vezes abandonados por um sistema que deveria protegê-los.

Segundo a Polícia Civil, o homem de 37 anos usava sua função de confiança para induzir aposentados a contratarem empréstimos sem consentimento. O dinheiro? Ia direto para o bolso dele. Não bastasse a artimanha técnica, há o agravante da manipulação psicológica: ele se apresentava como prestador de auxílio para saques, conquistava a confiança e, em seguida, tomava o que podia.

Um dos depoimentos mais estarrecedores é o de um idoso de 81 anos, que perdeu mais de R$ 5 mil. Dinheiro que poderia ser usado para remédios, alimentação ou simplesmente para viver com um pouco mais de dignidade nos anos que deveriam ser de descanso — não de engano.

E o que dói mais: não é um criminoso mascarado que rouba um banco — é o próprio banco, ou quem deveria representá-lo, que rouba os seus. A farda da autoridade usada como armadura para o crime. A confiança sendo usada como armadilha.

Estamos falhando. Como sociedade, como sistema, como seres humanos.

O Brasil não pode mais tolerar esse tipo de crueldade disfarçada de atendimento. Golpes como esse não são apenas crimes financeiros — são crimes contra a dignidade humana, contra a memória e contra o direito de envelhecer em paz.

A pergunta que ecoa nas ruas é urgente e legítima:

 “Será que a honestidade morreu e a desonestidade está mandando?”

"Quando um idoso é enganado, não é só o dinheiro que se perde — é a fé na humanidade que sangra."

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Foto: Internet