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PONTE SALVADOR–ITAPARICA: O SONHO QUE VIROU NOVELA E PROMETE UM FUTURO CARO PARA O POVO BAIANO

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Por: Dimas Carvalho – Colunista do Jornal Papo de Artista Bahia e Ativista Social. Analista político.


Há décadas, a Ponte Salvador–Itaparica é apresentada como símbolo de progresso e integração para a Bahia. Mas, para muitos, essa história mais parece uma novela mexicana, com promessas adiadas, anúncios repetidos e uma população cansada de esperar. Agora, com previsão de início das obras apenas para 2026 e entrega estimada para 2031, a tão falada ponte volta aos holofotes, reacendendo esperanças – e também desconfianças.

 

Cláudio Villas Boas, CEO da concessionária responsável pelo sistema viário, revelou o valor previsto para o pedágio: cerca de R$ 50 para carros pequenos, equivalente ao que hoje é cobrado pelo ferry-boat, mas com a vantagem de incluir todos os passageiros do veículo. Para o executivo, além da economia para quem utiliza o ferry, o benefício está no tempo de travessia, que cairá para apenas 10 minutos.

 

Mas há um detalhe que não pode ser ignorado: a obra será feita por meio de uma parceria público-privada (PPP) com duas gigantes chinesas. Isso significa que, além do investimento inicial, a concessionária terá o direito de explorar a ponte por 29 anos, cobrando pedágio até 2060. Ou seja, o povo baiano pagará caro, literalmente, para usufruir de um direito básico de mobilidade.

 

Ainda mais intrigante é o fato de que a concessionária tem interesse em antecipar a entrega não apenas por compromisso com o desenvolvimento da Bahia, mas porque só começará a lucrar com a cobrança de pedágio após a inauguração. A lógica empresarial fala mais alto do que o discurso político de “integração regional”.

 

E o povo? Esse mesmo povo que há décadas é enganado por promessas eleitorais, continua à mercê de anúncios grandiosos sem garantias reais. Enquanto os governantes se revezam e os contratos milionários são assinados, comunidades inteiras permanecem isoladas, reféns de um transporte caro, lento e inseguro.

 

A pergunta que ecoa é: quem, de fato, vai ganhar com essa ponte? Será um marco para o desenvolvimento ou apenas mais um negócio lucrativo para poucos, travestido de benefício coletivo?

 

Leia, compartilhe e reflita: progresso sem justiça social é só mais uma maquiagem para esconder a desigualdade.


Foto: Internet

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