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Metade dos imóveis urbanos no Brasil não tem escritura — e isso custa muito mais do que dinheiro

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No Brasil, onde a desigualdade não se limita à renda, até o direito de posse se torna um privilégio distante para milhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, 30 milhões de domicílios urbanos estão irregulares, ou seja, sem escritura, o que representa metade dos lares das cidades brasileiras.

 

Esse dado não é apenas um número frio — ele revela a face invisível de um país onde o lar, que deveria ser símbolo de segurança e pertencimento, se transforma em fonte de incertezas jurídicas, exclusão e desvalorização patrimonial.

 

Imagine trabalhar a vida inteira para comprar um terreno, construir com sacrifício cada parede, cada telha... e descobrir que seu imóvel vale até 50% menos por não ter um papel. Pior: não pode ser deixado legalmente como herança, não serve de garantia, nem dá acesso a crédito.

 

A falta de escritura não é só um problema legal — é um sintoma social grave. Reflete o histórico abandono de políticas públicas de habitação e regularização fundiária, a burocracia que impede a formalização, e o silêncio do Estado diante de milhões que, mesmo morando de forma pacífica há anos, não têm o direito reconhecido de chamar um imóvel de seu.

 

A boa notícia é que existem caminhos — como o usucapião e a adjudicação compulsória extrajudicial — que trazem esperança de dignidade e segurança jurídica. Mas, para muitos, falta informação, orientação e acesso.

 

Enquanto isso, famílias continuam vivendo sob o risco de perder aquilo que construíram com o suor, sem sequer entender que o que falta não é esforço, é justiça.

 

 Regularizar um imóvel é mais do que dar valor a um bem — é devolver dignidade a uma vida.

Compartilhe. Alguém hoje mora num lar, mas vive sem chão.

 

Foto: Internet

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Artista Plástico e Embaixador da Paz e dos Direitos Humanos

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