“Mané Gaipó: o último cangaceiro de Lampião que viveu 116 anos e deixa um legado de resistência no sertão”
- Nilson Carvalho

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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia
O sertão perdeu um de seus símbolos mais vivos. Mané Gaipó, cunhado de Corisco, irmão de Dadá e o último cangaceiro vivo de Lampião, morreu aos 116 anos em Glória, na Bahia. Mas a história desse homem vai muito além da idade: ela pulsa a força, a resistência e a luta de um povo que sobreviveu a perseguições, injustiças e violência.
Enquanto o cangaço era visto por muitos como um fenômeno de liberdade sem lei nem rei, Mané tinha sua própria filosofia: “Nem feliz, nem triste. Apenas viver”. E foi assim que atravessou mais de um século de vida, deixando filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Mas também deixou um legado que cheira a pólvora, de coragem e sobrevivência.
Nascido no povoado Baixa da Ribeira, Macururé, em 1909, Mané viu sua família ser marcada pelo cangaço. Sua irmã Dadá foi raptada e entrou no bando de Corisco, tornando-se uma lenda feminina do sertão. Seus irmãos e pai sofreram perseguições e violência, enquanto ele próprio acabou “convocado” por Lampião para integrar o bando.
Mas a história de Mané Gaipó não é só de conflito. Ele fugiu do bando, sobreviveu à perseguição da polícia, suportou prisão e tortura, e ainda preservou sua vida e liberdade. Sua irmã Dadá enfrentou Lampião para proteger o irmão, mostrando que coragem corre nas veias dessa família.
Mesmo na velhice, Mané era símbolo de resistência. Comemorar seu aniversário de 116 anos era uma festa para o povo de Glória, um momento de orgulho e lembrança de que a história do cangaço é muito mais do que Lampião e Maria Bonita: é a história do povo nordestino, das famílias, dos índios Pankararé e da luta pela sobrevivência.
O cangaço, mais do que crime ou lenda, foi um movimento social, um reflexo da resistência do sertanejo contra a opressão e a injustiça. Hoje, sem Mané Gaipó, só restam livros, memórias e cordéis para manter viva a chama dessa história.
“O cangaço representou a postura insubmissa do nosso povo, a vontade de viver sem se dobrar ao poder. Mané Gaipó foi a última testemunha viva dessa luta. Que seu legado continue inspirando o Nordeste e o Brasil.” – Frederico Pernambucano, historiador
Mané Gaipó descansou em paz, mas sua história precisa ser contada, lembrada e compartilhada. Cada memória de sua vida é um alerta de resistência, coragem e dignidade para todos nós.
Leia, compartilhe e mantenha viva a história do último cangaceiro vivo do Brasil!
Foto: Internet







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