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JUSTIÇA PARALISADA: QUANDO A DEMORA VIRA INJUSTIÇA E AGRAVA A DOR DO POVO

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Por Nilson Carvalho – Jornalista e Embaixador dos Direitos Humanos

 

Em Salvador, o lugar que deveria ser sinônimo de agilidade e garantia de direitos se tornou um símbolo da morosidade que corrói a confiança na Justiça. O 1º Cartório Integrado Cível da capital baiana acumula 7.952 processos parados há mais de 100 dias, afetando milhares de cidadãos que esperam decisões que podem mudar suas vidas.

 

A Corregedoria Geral da Justiça da Bahia determinou que, em 10 dias, a unidade apresente um plano de ação para reduzir o acervo paralisado. A medida veio após uma constatação alarmante: o cartório não consegue dar baixa nos processos na mesma velocidade em que novos casos chegam. Entre janeiro e julho de 2025, foram distribuídas 7.766 ações, mas apenas 6.529 foram concluídas, gerando um déficit de 1.237 processos.

 

Inaugurada em 2017, com a promessa de modernidade e eficiência inspirada no “Cartório do Futuro” de São Paulo, a oitava unidade do projeto Cartório Integrado tornou-se o oposto do que pregava. Em vez de agilizar, acentuou o acúmulo e a espera interminável de quem busca reparação, justiça ou apenas um desfecho para suas dores.

 

A juíza Júnia Araújo Ribeiro Dias, que assinou a determinação publicada no Diário Eletrônico, deixou claro que, se não houver resposta efetiva, haverá apuração de responsabilidade administrativa. Mas será que a punição interna resolverá o impacto humano dessa lentidão?

 

Por trás de cada processo parado há histórias reais de pessoas que sofrem, aguardando decisões que envolvem saúde, moradia, trabalho, direitos de família e até indenizações por danos. Cada dia de atraso não é apenas burocracia: é alimento para a angústia de quem depende da Justiça para seguir em frente.

 

Não podemos esquecer que o acesso à Justiça é um direito humano fundamental. Quando o sistema falha, ele viola a dignidade de quem mais precisa.

 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já havia cobrado providências no ano passado, mas pouco mudou. Agora, mais uma vez, a promessa é de melhoria. Mas até quando a sociedade vai esperar por respostas concretas?

 

Leia, compartilhe e reflita: justiça que demora é injustiça que se perpetua.


Foto: Internet

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