Isabel Fillardis faz história em Gramado: um marco de resistência, memória e representatividade
- Nilson Carvalho
- há 1 dia
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Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
O último domingo (17) entrou para a história do Festival de Cinema de Gramado, um dos maiores do país. A atriz Isabel Fillardis foi eternizada na Calçada da Fama, gesto que vai muito além de um reconhecimento artístico: é uma reparação simbólica, um grito de resistência e de representatividade.
Com mais de três décadas de carreira, Isabel sempre foi mais que atriz. Cantora, militante e voz ativa pela diversidade no audiovisual, ela ergueu sua trajetória com talento e coragem em um país onde, por muito tempo, mulheres negras foram invisibilizadas, apagadas ou empurradas para papéis estereotipados.
Na cerimônia, emocionada, Isabel afirmou:
“Estar na Calçada da Fama não é só sobre mim. É sobre todas as mulheres negras que vieram antes, que abriram caminhos para que eu pudesse chegar até aqui, e também sobre as que virão depois.”
Suas mãos registradas no chão de Gramado não marcam apenas a memória de uma carreira brilhante, mas ecoam como símbolo de uma luta coletiva. É o cinema brasileiro sendo lembrado de que a arte só é completa quando reconhece todos os corpos, vozes e histórias que fazem parte dele.
Esse marco não é só de Isabel. É das mães, das avós, das artistas negras que foram caladas no passado. É das jovens que sonham em ocupar as telas e os palcos, sabendo que agora têm um exemplo vivo de que é possível resistir e vencer.
Como ativista social e jornalista, não podemos tratar essa conquista apenas como uma celebração individual. É preciso refletir: quantas Isabel Fillardis ainda não tiveram a chance de ser vistas? Quantos talentos continuam invisíveis porque a cor da pele, o gênero ou a origem social ainda ditam quem tem espaço e quem não tem?
O gesto de Gramado é simbólico, mas a luta real é diária. E só termina quando a representatividade deixar de ser exceção para se tornar regra.
Leia, compartilhe e reflita: a conquista de Isabel é um chamado para todos nós. Representatividade importa. Resistência transforma. E memória liberta.
Foto: Internet
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