Festival do Acarajé: um grito de resistência, cultura e amor no Centro Histórico de Salvador!
- Nilson Carvalho

- 5 de ago.
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
Neste domingo, 10 de agosto, o coração do Centro Histórico de Salvador vai pulsar diferente. E não é só por causa do cheiro irresistível do dendê… É pelo grito ancestral de mulheres negras que transformaram resistência em sabor, luta em tradição, e cultura em alimento para a alma e para o corpo.
O 7º Festival do Acarajé, realizado pela ABAM (Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares), vai distribuir 10 mil acarajés de forma gratuita, das 14h às 18h, no Memorial das Baianas, na Praça da Cruz Caída.
Mas o que está por trás desse gesto tão generoso? Muito mais do que comida de graça. Estamos falando de resgate histórico, valorização da mulher negra, empreendedorismo popular e afirmação cultural.
Um festival que alimenta o corpo e desperta a consciência
O evento é uma homenagem ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em julho. E nada mais justo: foram as baianas de acarajé as primeiras mulheres negras empreendedoras do Brasil, muitas vezes sustentando famílias inteiras com seu ofício, mesmo enfrentando racismo, invisibilidade e abandono do poder público.
Distribuir acarajé é um ato político. É gritar ao mundo que a cultura afro-brasileira não será apagada. Que o sagrado das mãos pretas que moldam a massa de feijão com dendê é patrimônio do povo. Que a luta por dignidade também passa pelo tabuleiro de quem transforma fé em sustento.
Cultura, memória e ancestralidade no mesmo prato
Além da comida, o festival contará com apresentações de samba de roda e manifestações da cultura popular, reforçando que o acarajé não é apenas alimento – é símbolo de resistência, de fé, de religiosidade e de celebração da vida.
O Memorial das Baianas, sede da ABAM, também cumpre papel essencial: manter viva a memória dessas mulheres que carregam em seus turbantes a história de um povo que nunca se curvou.
Olhar de um ativista social
Em tempos em que muitos viram o rosto para os verdadeiros pilares da nossa cultura, um festival como esse é um lembrete poderoso: só há futuro com memória. Só há justiça com inclusão. Só há desenvolvimento quando se valoriza quem sempre esteve na base da sociedade.
E mais: essa ação gera renda indireta, movimenta o turismo local, reforça a identidade da cidade e emociona moradores e visitantes. É um tipo de evento que deveria ser valorizado, apoiado e replicado por todo o Brasil.
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"Quando o povo é alimentado com cultura, respeito e dignidade, não há fome que vença, nem esquecimento que apague."
Leve seus filhos, amigos, vizinhos. Vá sentir o sabor da nossa história. Vá saborear o que é ser Bahia!
Foto: Internet







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