Fechamento de 122 unidades do Farmácia Popular em Salvador escancara drama silencioso do povo: e agora, quem vai pagar o preço?
- Nilson Carvalho

- 7 de ago
- 2 min de leitura

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
A pergunta que o povo mais faz é: o que mais falta acontecer?
E essa pergunta dói. Porque cada vez que um direito é cortado, é o povo pobre que sente primeiro. E desta vez, o golpe veio certeiro: 122 farmácias populares foram descredenciadas só em Salvador. Na Bahia inteira, são 474 unidades a menos oferecendo medicamentos de graça ou com desconto. No Brasil, são mais de 9 mil farmácias fora do programa.
Sabe o que isso significa na prática?
Significa que dona Maria, que depende do remédio da pressão, vai ter que escolher entre comprar o medicamento ou pagar o gás.
Significa que seu José, que luta contra o Parkinson, talvez fique sem tratamento porque a farmácia mais próxima foi descredenciada.
Significa que a saúde do povo virou refém de irregularidades cometidas por quem deveria cuidar, e não roubar.
E a pergunta continua: quem vai pagar essa conta?
Segundo o Ministério da Saúde, o descredenciamento aconteceu após investigação de fraudes. Teve farmácia fantasma, empresa que nem era da área de saúde e estava vendendo remédio com CPF alheio, e até organização criminosa usando o programa para lavar dinheiro do tráfico internacional. É revoltante!
Quase R$ 40 milhões desviados, e adivinha quem paga a conta?
É o povo, sempre o povo. O que mais precisa acontecer pra que a saúde pública seja tratada com seriedade?
Como ativista social e defensor dos direitos do povo, deixo aqui um alerta: fiscalização é importante, sim. Fraude tem que ser combatida, sim. Mas o povo não pode pagar pelos erros dos outros.
O Farmácia Popular é um dos programas mais importantes para quem vive com pouco. Recentemente, o governo até ampliou os medicamentos gratuitos — agora tem até remédio pra colesterol, glaucoma, fraldas e absorventes. Isso é avanço. Mas como ter acesso se a farmácia credenciada mais próxima foi descredenciada?
Sem acesso, não há saúde. Sem saúde, não há dignidade.
A pergunta fica no ar:
Até quando o pobre vai ser penalizado pela corrupção alheia?
Até quando a saúde vai ser tratada como moeda de troca?
O que mais falta acontecer para a vida do povo valer alguma coisa?
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Quando o remédio falta, o sofrimento não espera. Que o povo não se cale. Que a justiça chegue.
Foto: Internet







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