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“Espírito obsessor ou saúde mental? Descubra quem realmente atrapalha o povo”

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Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

Quando alguém muda de comportamento de repente, logo surge a pergunta: é problema de saúde mental ou tem mesmo “alguma coisa” atrapalhando o caminho? A dúvida que parecia só enredo de novela – como em A Viagem, quando o espírito Alexandre atormentava os vivos – hoje volta com força na boca do povo e nos debates das religiões, da ciência e da própria rua.

 

Mas o que isso significa na prática para nós, povo brasileiro, que já carrega tantos fardos sociais, emocionais e espirituais?

 

A linha tênue entre fé e ciência

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem de algum transtorno mental. Então, como separar o que é doença psicológica do que muitos acreditam ser influência espiritual?

Especialistas afirmam que tanto a ciência quanto a religião têm um papel a cumprir. Psicólogos lembram que a mente fragilizada abre espaço para medos, rancores e mágoas, o que, na linguagem popular, pode dar “força” a um encosto. Já líderes religiosos, seja no espiritismo, nas religiões de matriz africana ou até no catolicismo, reforçam que existem energias negativas que se alimentam justamente daquilo que carregamos dentro da alma.

 

O impacto social dessa visão

 

Aqui está a questão central: acreditar em obsessores pode ser bênção ou maldição. Se a fé é usada de forma consciente, pode fortalecer, dar esperança e trazer equilíbrio. Mas se vira fanatismo, pode atrasar tratamentos médicos, criar medo coletivo e até afastar pessoas do cuidado real que precisam.

Para comunidades mais pobres, onde o acesso à saúde mental é limitado, a religião acaba sendo o primeiro e às vezes único recurso. É nesse ponto que precisamos olhar com atenção: o povo não pode ser refém do medo, nem de diagnósticos precipitados, seja no campo espiritual ou científico.

 

Encosto ou reflexo da vida dura?

 

E se o verdadeiro “espírito obsessor” for o sistema que oprime, a desigualdade que sufoca e a violência que não dá trégua? Quantos não vivem como se estivessem com um encosto no cangote porque carregam fome, desemprego, racismo e falta de oportunidade? Talvez o mal não esteja no além, mas bem aqui, diante dos nossos olhos.

 

Caminho de luz

 

Seja qual for a crença, uma verdade se impõe: atraímos aquilo que transmitimos. Quem cultiva ódio, rancor e vingança abre espaço para energias ruins. Já quem semeia bondade, solidariedade e respeito se torna luz que até o mal teme se aproximar.

A mensagem final é clara: o maior exorcismo é a transformação social e pessoal. É cuidar da mente, da saúde e do espírito, mas também lutar por uma sociedade mais justa, onde o verdadeiro “encosto” – a injustiça – não tenha mais morada.

 

 Pense nisso: será que o Alexandre da novela não é apenas um espelho do que precisamos enfrentar dentro e fora de nós?

 

Foto: Internet

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