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Entre Honrarias e Gritos Silenciosos: o que vale mais, o símbolo ou a vida?



Nesta terça-feira, em Brasília, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, recebeu a mais alta honraria brasileira. Afro-indígena, ele representa um marco simbólico de inclusão e representatividade. Uma conquista histórica, sem dúvida.

 

Mas enquanto a medalha brilha no peito do governador, o chão da Bahia continua manchado de sangue.

 

Segundo o Atlas da Violência, 7 das 10 cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia. Somos hoje recordistas em homicídios, em medo, em dor.

Somos o povo que já não dorme em paz, que não vê mais os filhos voltarem da escola com a certeza do amanhã.

Aqui, morre-se mais do que em muitas zonas de guerra.

Vivemos sob o domínio do terror imposto por facções, com a sensação de que o Estado perdeu o controle — ou simplesmente desistiu.

 

Não se trata de ignorar a importância da representatividade.

Mas o povo baiano se pergunta: essa honraria foi por ter feito o quê pela Bahia?

Porque da antiga "terra do axé, da alegria, da hospitalidade" — só restou o eco abafado de uma cidade sitiada pelo medo.

 

 A medalha vale, mas não silencia o grito das mães que enterram seus filhos todos os dias.

A Bahia não quer só símbolos. Quer segurança, dignidade, políticas públicas reais. Quer viver!

Não há honra verdadeira quando o povo sangra em silêncio.

Compartilhe. Reflita. Que a honraria maior seja um governo que proteja sua gente.

 

Texto: Por: Dimas Carvalho – Escritor, Palestrante e Ativista Social.

 Fonte: UOL / Reprodução autorizada

Foto: Atarde /Internet

 
 
 

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