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Energia limpa pra quem? Quando o vento gera lucro, mas deixa o povo na poeira!


Mais um parque eólico foi inaugurado na Bahia. É o 11º da Enel no estado, com investimento de R$ 1,8 bilhão. São 43 aerogeradores que prometem abastecer mais de 400 mil casas e evitar toneladas de CO₂. Parece bonito, né? Energia limpa, empregos temporários, promessa de desenvolvimento. Mas pera lá… quem realmente tá ganhando com isso tudo?


Vamos conversar como gente grande. Enquanto as grandes empresas comemoram megainvestimentos e os governos estampam sorrisos nas fotos de inauguração, o povo que vive nas regiões dos parques eólicos continua com pouca água, pouca terra, e cada vez menos escuta.


Sim, estamos falando de “energia verde”, mas será que ela é tão verde assim quando o que sobra pras comunidades é vento, poeira e silêncio? Muitas dessas áreas do sertão baiano estão enfrentando um processo acelerado de desertificação, agravado pelo desmatamento e pelo uso intensivo do solo para erguer essas máquinas gigantes.


O ativista e pesquisador ambiental José Raimundo alerta:

“Esses empreendimentos mudam o microclima, afastam animais, afetam fontes de água e ainda tomam territórios que antes serviam à agricultura familiar. Energia limpa? Só se for pro investidor.”


E o povo que mora ali, onde os cataventos giram dia e noite? Foi ouvido? Participou do debate? Recebe parte do lucro? Ou será que só serviu pra bater palma, assinar papel que não entende e depois ver a paisagem virar um campo de hélices que não alimentam nem iluminam a casa deles?


Eles dizem que mais de dois mil empregos foram gerados. Mas quantos duraram depois das obras? Quantas famílias foram capacitadas de verdade? Quantas comunidades ganharam escolas, saúde ou água encanada com esse “progresso”?


Tá na hora de perguntar: energia limpa pra quem, meu povo?


A natureza tá pagando caro. E as comunidades tradicionais, quilombolas, indígenas e sertanejas estão ficando pra trás — mais uma vez, em nome do "desenvolvimento" que só favorece os de cima. O discurso é bonito, mas na prática, a história é outra: lucro concentrado, povo esquecido e território machucado.


Se essa verdade também te incomoda, compartilha essa matéria agora!Vamos espalhar essa reflexão antes que o sertão vire só um campo de hélices e promessa.


Porque progresso de verdade tem que respeitar gente, água, terra e cultura.E quando o povo não é ouvido, não é energia limpa. É só mais exploração disfarçada de modernidade.


Imagem: Internet

Por: Dimas Carvalho – Colunista Papo de Arista Bahia


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