EDUCAÇÃO NA BAHIA: O COLAPSO ANUNCIADO E A INDIGNAÇÃO DE UM POVO

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Professor e Embaixador dos Direitos Humanos

“Escola é lugar para namorar e brincar.”

A declaração feita em fevereiro pelo governador da Bahia causou indignação imediata. Não foi um tropeço isolado: ela revela a superficialidade com que o governo estadual trata a educação pública, num momento em que o sistema já enfrenta um colapso silencioso, agravado por políticas que promovem a aprovação automática e desvalorizam o esforço estudantil.

Enquanto a população clama por investimentos reais em infraestrutura, valorização docente e aprendizado de qualidade, o Estado parece zombar da inteligência do povo baiano. Alunos estão sendo aprovados sem sequer frequentarem as aulas ou apresentarem rendimento mínimo. A meritocracia foi enterrada, e no lugar dela floresce a pedagogia da omissão.

Como jornalista, professor e defensor dos direitos humanos, me pergunto diariamente:

O que estamos fazendo dentro de uma sala de aula, se todos irão passar independentemente do esforço?

Estamos mandando um recado perigoso para a juventude:

“Aos que não desejam estudar, venham para a Bahia – aqui não precisa estudar, mas você terá seu certificado garantido.”

Isso é mais do que lamentável. É criminoso. É um golpe mortal contra o futuro.

Os relatos são cada vez mais estarrecedores: escolas sem estrutura básica, professores adoecendo de tanto se doar, alunos desmotivados, famílias desesperadas e, do outro lado, um governo que insiste em tapar o sol com a peneira.

Não se brinca com o que é sagrado. E educação é sagrada.

Não é só sobre salas de aula, é sobre dignidade, sobre o futuro da nossa juventude, sobre justiça social.

A Bahia merece mais. Merece respeito. Merece líderes que entendam o papel da educação como alicerce de um povo forte e livre.

Leia, compartilhe, reflita:

A indiferença com a educação de hoje é a tragédia social de amanhã. Não calem essa revolta. Ela é legítima. Ela é urgente.

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