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CONCURSO DA POLÍCIA MILITAR DO AMAPÁ: OPORTUNIDADE OU REFLEXO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS?

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Por Nilson Carvalho – Jornalista e Embaixador dos Direitos Humanos

 

O governo do Amapá abriu inscrições para o concurso público que visa preencher 240 vagas no cadastro reserva para o cargo de Oficial Combatente da Polícia Militar, com remuneração inicial de R$ 11.375,37. As inscrições seguem abertas até 21 de agosto, com provas marcadas para 2 de novembro, em Macapá.

 

A seleção, organizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), envolve seis fases: prova objetiva, exame documental, avaliação física, avaliação psicológica, exame de saúde e investigação social. Apenas os que superarem todas essas etapas ingressarão no curso de formação.

 

À primeira vista, a oportunidade parece promissora, especialmente diante da realidade econômica de muitos brasileiros. Um salário acima de R$ 11 mil é atrativo. Porém, quantos realmente têm condições de concorrer em igualdade de oportunidades?

 

A taxa de inscrição, de R$ 120,00, ainda que com possibilidade de isenção para alguns casos, pode ser um obstáculo para quem vive na base da pirâmide social. Além disso, os requisitos exigem nível superior reconhecido pelo MEC, algo ainda distante para milhares de jovens que não conseguem acesso à educação de qualidade.

 

E há uma reflexão mais profunda: qual é a mensagem que estamos transmitindo como sociedade? Ao mesmo tempo em que se cria uma seleção rigorosa para ingressar na PM, com altos salários e reconhecimento, professores e profissionais de saúde, que lidam diariamente com a formação e o cuidado da população, seguem com salários muito abaixo desse patamar.

 

É claro que a segurança pública é essencial e merece valorização. Mas por que os direitos humanos básicos – como educação e saúde – continuam sendo tratados como secundários no orçamento e nas prioridades políticas?

 

Além disso, é importante lembrar que ser policial é mais que um cargo bem remunerado. É uma missão que envolve risco, preparo psicológico e compromisso com a proteção da vida e dos direitos fundamentais.

 

Enquanto isso, jovens sem oportunidades, que poderiam estar na disputa por vagas como essa, continuam excluídos de um sistema que privilegia quem já parte de condições melhores.

 

Leia, compartilhe e reflita: de que adianta fortalecer a força policial se continuamos enfraquecendo a base social que poderia construir um futuro mais justo?

 

Foto: Internet

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