“Cesta básica da vergonha: quando a fome é usada como isca para o abuso — até onde vai a podridão do poder?”

Por: Nilson Carvalho | Papo de Artista Bahia

A notícia que revolta qualquer coração humano vem de Terra Nova, a apenas 80 km de Salvador. Um vereador, figura que deveria zelar pelo povo, foi preso acusado de estuprar uma adolescente após oferecer uma cesta básica à família da jovem.

Um gesto que deveria representar solidariedade, acabou se transformando em uma armadilha cruel, onde a fome e a necessidade foram usadas como instrumento de violência e humilhação.

Quando a ajuda vira abuso

Segundo as investigações da Polícia Civil da Bahia (PCBA), o vereador Nilton Vinha (Republicanos), 55 anos, foi até a casa da família com a desculpa de entregar o benefício, e pediu que a adolescente o acompanhasse para buscar a cesta.

Longe de casa, em um local isolado, o político teria cometido o crime.

A menina voltou transtornada, com dores abdominais e comportamento alterado — sinais que mais tarde revelariam o horror vivido.

A mãe, ao ser alertada por uma médica sobre os indícios de abuso, fez o boletim de ocorrência. A Justiça decretou prisão preventiva, e o suspeito agora está sob custódia.

O que revolta não é só o crime — é o silêncio e a impunidade

Quantas vezes o povo pobre precisa ser usado como moeda por quem se esconde atrás de cargos e promessas vazias?

Enquanto muitos lutam para pôr comida na mesa, outros — com poder nas mãos — transformam a miséria em oportunidade para o mal.

Essa é a ferida aberta de um país onde a fome é explorada como ferramenta política e onde o abuso ganha palco quando o medo cala as vítimas.

 Reflexão do ativista social

Esse caso não é isolado. É reflexo de uma sociedade que precisa acordar, denunciar e exigir justiça.

Nenhuma ajuda que nasce da corrupção da alma é caridade — é crime, é abuso, é perversão travestida de generosidade.

E enquanto calarmos, outros inocentes continuarão sendo usados e descartados pelo sistema.

“Quando a fome vira isca e a bondade é usada como máscara, o silêncio da sociedade se torna cúmplice do crime.”

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Porque calar diante da dor dos outros é permitir que ela continue.

Foto: Internet