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“CANETAS QUE VALEM OURO: COMO UM REMÉDIO DA MODA VIROU ARMA DO CRIME ORGANIZADO NA BAHIA – E ESTÁ COLOCANDO VIDAS EM RISCO”

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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia

 

A Bahia está assistindo a uma guerra silenciosa, cruel e totalmente inesperada: a disputa do crime organizado por canetas emagrecedoras, um medicamento cobiçado que virou moeda de troca para facções e combustível para uma onda de assaltos que aterroriza trabalhadores, clientes e toda a população.

 

De janeiro a setembro, 209 assaltos a farmácias foram registrados em Salvador. Só em novembro, 22 ataques – seis deles em um único final de semana. Não é coincidência. Não é acaso. É crime organizado operando de forma fria, estratégica e calculada.

 

O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSE CAOS?

 

As canetas emagrecedoras, antes vendidas livremente, passaram a exigir retenção de receita. Resultado? Quem quer comprar sem prescrição corre para o mercado ilegal. E onde há gente disposta a pagar caro, a criminalidade se organiza.

 

“Quem rouba 20 canetas leva R$ 20 mil”, explica Gibran Sousa, do Sindifarma.

É dinheiro rápido, sem grande volume e fácil de repassar. Um prato cheio para quadrilhas que perderam munição, armas e dinheiro em operações policiais e agora pressionam farmácias para recuperar o caixa.

 

A OPERAÇÃO APOTHEKE

 

Depois da ação cinematográfica na Pituba — tiros, invasões e reféns — a Polícia Civil deflagrou uma operação para desarticular o grupo responsável pelos ataques na capital e RMS.


Mais de 10 criminosos já foram identificados. Mas a pergunta permanece: quantos ainda estão nas ruas?

 

UM PREJUÍZO QUE ATINGE O POVO

 

No Brasil, só no ano passado, o setor de medicamentos perdeu R$ 283 milhões com roubos de cargas.


E quem paga essa conta?

— Você.

— O trabalhador.

— O doente que precisa do medicamento e vê o preço subir sem parar.

 

A cada carga roubada, mais caro fica o remédio, mais perigosa fica a distribuição e mais insegura fica a vida de quem só quer trabalhar e voltar para casa em paz.

 

 O RISCO INVISÍVEL: O DOENTE PAGA DUAS VEZES

 

Comprar medicamento roubado é brincar com a própria vida.

Sem controle de temperatura, sem armazenamento adequado, sem certificação sanitária, o remédio pode simplesmente não funcionar — ou pior: agravar o quadro clínico de quem já está debilitado.

 

Como alerta Paulo Maia, da Abradimex:

 

“Um remédio fora do controle sanitário pode não fazer efeito e ainda piorar o estado do paciente.”

 

 TECNOLOGIA CONTRA O CRIME

 

Algumas transportadoras baianas já usam carros-fortes e sistemas que bloqueiam o veículo se um jammer — o famoso “chupa-cabra” — for detectado. É a tecnologia tentando acompanhar a ousadia do crime.

 

POR QUE ISSO IMPORTA PARA O POVO?

 

Porque o crime organizado não cresce sozinho. Ele se alimenta da dor, da pressa e do desespero de quem busca solução fácil.


Enquanto o povo luta pela sobrevivência, quadrilhas transformam necessidades reais em lucro sujo.

 

A pergunta que fica é: vamos aceitar que um medicamento vire arma nas mãos de facções, ou vamos cobrar políticas que protejam vidas antes de proteger mercadoria?

 

 “Se a saúde vira negócio do crime, é o povo que adoece duas vezes. Compartilhe para abrir os olhos de quem ainda não enxerga.”

 

Foto: Internet


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