“Camaçari virou terra de ninguém?” — População denuncia caos sonoro e abandono das autoridades diante do barulho insuportável dos paredões,
- Nilson Carvalho

- 6 de out.
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho — Embaixador da Cultura e dos Direitos Humanos, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
A pacata Camaçari, que um dia foi símbolo de tranquilidade e acolhimento, hoje convive com um caos sonoro que rouba a paz, o sossego e a dignidade dos moradores. O Jornal Papo de Artista Bahia recebeu dezenas de denúncias revoltadas de famílias que não conseguem mais dormir, descansar nem conversar devido ao barulho ensurdecedor dos paredões e carros de som que tomam as ruas nos finais de semana.
“Ninguém respeita mais ninguém! Tenho que deixar portas e janelas fechadas pra ver se escapo do barulho”, desabafa Dona Ana Flávia, com a voz embargada de indignação. Seu Paulo, morador antigo do bairro, reforça: “A gente liga pra Sedur, ninguém atende. A polícia não aparece. Estamos abandonados!”
A situação se repete em vários bairros. Dona Margarida, de 81 anos, desabafou emocionada: “Eu me sinto prisioneira dentro de casa. Tiro até o aparelho auditivo pra não ouvir essas músicas absurdas!” Já Berenice foi mais direta: “Querem ouvir som alto? Que vão pro mato! Aqui tem idosos, crianças, trabalhadores. A rua virou um inferno!”
Essas vozes são o grito de um povo cansado do descaso. As denúncias apontam falhas graves na fiscalização da SEDUR e na atuação da PM, que muitas das vezes não atendem os chamados da comunidade. O resultado é uma sensação de abandono coletivo — uma terra onde a lei do mais alto volume parece valer mais que o direito ao sossego.
Quando o silêncio vira luxo e o barulho se torna tortura
Não se trata de festa, trata-se de respeito e cidadania. O direito ao descanso é garantido por lei, mas em Camaçari, a realidade mostra o contrário. A falta de ação das autoridades transforma o simples ato de ter paz em casa em um privilégio distante.
Como ativista social e embaixador da cultura dos direitos humanos, reforço que o direito ao silêncio é também um direito à saúde, à dignidade e à vida. O povo de Camaçari clama por respeito, por fiscalização efetiva e por líderes que ouçam o grito abafado por caixas de som ensurdecedoras.
“Quem silencia diante do desrespeito se torna cúmplice do barulho que destrói a paz do povo.”
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Dê voz a quem não aguenta mais viver aprisionado pelo som da omissão.
Foto: Internet







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