CAMAÇARI E A LUTA VIVA POR IGUALDADE RACIAL: VOZES QUE NÃO PODEM MAIS SER CALADAS
- Nilson Carvalho

- 15 de jul
- 2 min de leitura

Por Nilson Carvalho – Jornalista e Ativista dos Direitos Humanos
Camaçari se tornou palco de um dos encontros mais simbólicos e necessários do nosso tempo: a Conferência Territorial de Promoção da Igualdade Racial da Região Metropolitana de Salvador. No auditório do Colégio Gonçalo Muniz, não apenas ideias foram compartilhadas, mas vidas inteiras, marcadas por gerações de exclusão, resistências e esperanças.
Este não foi apenas um evento. Foi um ato coletivo de memória e reparação, onde líderes, ativistas e representantes do poder público reafirmaram que não há democracia plena enquanto o racismo estrutural seguir ditando quem tem acesso a direitos e quem segue à margem.
A presença da Unidade Móvel do Centro de Referência Nelson Mandela e da Biblioteca Carolina Maria de Jesus trouxe não só conhecimento, mas também representatividade — lembrando que cada página da nossa história foi escrita com sangue, suor e dignidade de povos negros, indígenas e comunidades tradicionais.
Na palestra magna, Professor Zulu Araújo lembrou que igualdade racial não é concessão, é uma dívida histórica, enquanto Marina Duarte, presidenta do CNPIR, foi incisiva: “Não queremos apenas reparação simbólica, queremos reparação com políticas públicas e orçamento.”
No período da tarde, os debates foram além das palavras bonitas. Grupos de trabalho propuseram ações concretas contra o racismo institucional, defenderam a valorização da cultura afro-brasileira e elegeram delegados para a etapa estadual. Cada voz ecoava a urgência de uma agenda real de transformação.
Ao final, Ângela Guimarães, da Sepromi, cravou uma verdade que não pode ser ignorada: “Não haverá justiça e democracia enquanto houver racismo.”
Este é o caminho para a IV CONEPIR e, mais adiante, para a V Conferência Nacional. Mas a luta não se encerra nas conferências — ela precisa sair das paredes dos auditórios e alcançar as ruas, as escolas, os lares e, principalmente, as estruturas de poder que historicamente negaram direitos.
Porque igualdade racial não é favor. É justiça. É vida.
Leia, compartilhe e reflita: se você não luta contra o racismo, ele vence em silêncio.







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