Bahia: paraíso na foto, medo na vida real
- Nilson Carvalho

- 20 de ago.
- 2 min de leitura

Por: Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura
A Bahia é cantada em versos, mostrada em novelas, vendida como cartão-postal para o mundo inteiro. Mas quem vive aqui sabe: por trás do sorriso largo e da roda de capoeira, tem também o medo que anda solto nas ruas.
Um estudo recente mostrou que a Bahia é o 3º estado mais inseguro para viajantes no Brasil, perdendo só para Rio e São Paulo. Não é pouca coisa. Pra quem vem buscar descanso, sol e mar, a lembrança muitas vezes é de assalto, golpe ou até tragédia.
A prova disso foi o horror na Praia dos Milionários, em Ilhéus, quando quatro pessoas foram mortas em menos de uma semana, em plena areia onde antes só se ouvia som de violão e onda batendo. Isso não é ficção, é realidade.
E quando o turista sente medo, todo mundo perde: bares vazios, restaurantes sem clientes, hotéis com quartos sobrando e famílias sem renda. A insegurança não tira só a paz, tira também o pão da mesa de quem trabalha com turismo.
Especialistas já avisaram: o problema não é só estatística, é sensação. E quando a gente se sente inseguro, até um passeio na Barra ou uma caminhada na orla vira motivo de receio. Enquanto isso, facções disputam território como se a vida fosse moeda de troca.
A polícia diz que tem reforçado a segurança, e que 90% dos turistas avaliaram bem o serviço. Mas, na prática, a pergunta que não cala é: se está tão bom assim, por que a Bahia continua no topo da violência no país?
A Bahia não merece ser lembrada pela dor. Nosso povo tem história, cultura e resistência demais pra ser resumido em estatística de homicídio. Segurança não é favor, é direito. E só quando a gente cobrar junto é que o medo vai deixar de ser rotina.
Até quando vamos deixar que a violência fale mais alto que a nossa alegria?
Compartilhe essa reflexão. Porque só unidos a gente muda essa realidade.
Foto: Internet







Comentários