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Bahia no olho do furacão: 17 facções criminosas e um povo refém da violência

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Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

A Bahia, terra de cultura, fé e resistência, hoje carrega um título que envergonha e preocupa: é o estado com o maior número de facções criminosas atuando no Brasil. São 17 grupos que disputam território, espalham medo e mergulham nossas comunidades em um ciclo sem fim de violência.

 

Para ter ideia, são cinco facções a mais que Pernambuco, nosso vizinho, que já ocupa o segundo lugar nesse triste ranking. E se compararmos com São Paulo, onde nasceu o PCC, e com o Rio de Janeiro, berço do Comando Vermelho, o choque é ainda maior: temos 10 facções a mais que São Paulo e 13 a mais que o Rio.

 

O preço que o povo paga

 

Na prática, isso significa mais tiroteios, mais mortes, mais famílias despedaçadas. O que está em jogo não é apenas o controle de pontos de tráfico, mas o controle da vida nas comunidades. Crianças crescem aprendendo a se jogar no chão quando ouvem disparos. Comerciantes fecham as portas mais cedo. Mães dormem com o coração apertado sem saber se os filhos vão voltar para casa.

 

Como ativista social e defensor dos direitos humanos, vejo claramente que esse cenário não surgiu do nada. Ele é fruto de políticas públicas ineficientes, abandono das periferias e falta de oportunidades para a juventude. Enquanto o poder público falha em oferecer educação de qualidade, emprego e lazer, o crime oferece dinheiro rápido e um falso sentido de pertencimento.

 

Uma guerra sem vencedores


Especialistas já alertam: o aumento da violência é impulsionado pela guerra entre facções e agravado pelo tráfico internacional de drogas, que hoje usa o Nordeste como rota estratégica. A falta de controle de armas e a omissão no combate às causas sociais fortalecem um ciclo onde todos perdem – menos o crime organizado.

 

Enquanto isso, a população fica no meio do fogo cruzado. De um lado, o medo das facções. Do outro, a insegurança diante de ações policiais muitas vezes letais. E no centro dessa tempestade, um povo que só quer viver em paz.

 

E agora, Bahia?

Não basta falar em repressão. Precisamos falar em prevenção. Não basta colocar mais armas nas ruas. Precisamos colocar mais livros nas mãos dos nossos jovens. É hora de transformar indignação em ação, pressão popular e exigência de políticas sérias que salvem vidas.

 

A Bahia é muito maior que o crime. É terra de arte, cultura e gente guerreira. Mas se não cuidarmos do nosso povo, corremos o risco de ver a nossa história ser escrita com sangue.

 

Compartilhe essa realidade. A mudança começa quando o silêncio acaba.

Foto: Internet

 

 


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