Bahia 2050: Plano bonito no papel, mas cadê o povo nesse futuro todo?

Essa semana, o Governo da Bahia deu largada numa nova fase do tal Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI 2050, com seminário chique lá no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. O nome do evento? "Impactos da tecnologia no serviço público no planejamento de longo prazo". Um título bonito, né? Mas a pergunta que não quer calar é: isso aí vai mudar o quê na vida de quem pega dois ônibus pra trabalhar, tá devendo no mercado e mora na fila do posto de saúde?

Segundo o Governo, o objetivo é planejar o futuro da Bahia pros próximos 25 anos. E claro, como sempre, começa com uma sala cheia de servidores, palestrantes, café, climatização e uma estrutura de evento que, vamos ser sinceros, mais parece palanque disfarçado do que plano de verdade.

O secretário de Planejamento, Cláudio Peixoto, disse que "2035 já chegou" e por isso atualizaram o plano pra 2050. Mas pra muita gente que vive o presente cheio de aperto, parece que nem o plano de 2000 chegou de verdade, quanto mais o de 2035...

A verdade, minha gente, é que o povo — que é quem paga a conta de tudo isso — quase nunca é ouvido. Falam em “escuta ativa”, consulta online e participação da sociedade. Mas vamos combinar: que agricultor do interior, que dona de casa da periferia, que jovem negro sem acesso à internet vai ficar sabendo dessa consulta e dar opinião sobre o futuro da Bahia?

Enquanto isso, os eventos seguem, os discursos rodam, e a vida real continua igual: educação com estrutura precária, saúde que mal dá conta do básico, desemprego alto e oportunidades concentradas na capital. Fica parecendo que esses seminários são feitos pra meia dúzia bater palma um pro outro, e não pra resolver o que importa de verdade.

A servidora Juliana Rodrigues falou de alinhamento estratégico. Já a representante da ADAB, Tâmara Teles, falou de integração das políticas públicas. Tudo certo. Mas e o povo, que é o verdadeiro patrão? Alguém perguntou pra ele o que precisa mudar de verdade?

É disso que estamos falando: o futuro da Bahia não pode ser decidido só por quem tá no ar-condicionado. O futuro tem que ouvir quem tá no sol, na lama, no sufoco.

👉 Se você também acha que tá passando da hora de colocar o povo no centro das decisões, compartilha essa matéria! A gente precisa botar essa conversa na rua, nos bairros, nas feiras, nas rodas de conversa. Porque plano bonito no papel não enche prato nem muda vida.E como dizem por aí: quem banca o baile merece escolher a música.

Imagem: Internet

Por: Dimas Carvalho – Colunista Papo de Artista Bahia