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“Afro Fashion Day: Quando a Beleza Negra Vira Revolução — O Desfile Que Vestiu a História e Despertou o Orgulho de um Povo”

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Por: Nilson Carvalho — Jornal Papo de Artista Bahia

 

Salvador respirou ancestralidade, arte e empoderamento no coração do Pelourinho. O Afro Fashion Day não foi apenas um desfile — foi um grito coletivo de orgulho, identidade e resistência. Foram 78 modelos, centenas de olhares emocionados e uma única mensagem ecoando pelas ladeiras históricas: a beleza negra é raiz, expressão e espelho do Brasil real.

 

 Da raiz que vem da África ao espelho que reflete o agora

 

O evento abriu com o toque sagrado do Ilê Aiyê, o bloco que há 50 anos ensina ao mundo que o negro é o mais belo dos belos. Cada passo na passarela era um reencontro com a história que o tempo tentou apagar. Tecidos leves, búzios, penteados ousados e cores terrosas trouxeram de volta o orgulho de ser quem se é — sem precisar se encaixar em padrões criados por outros.

 

Expressão que rompe padrões

 

O segundo bloco, “Expressão”, misturou o ritmo do pagode, o gingado do funk e o brilho da juventude baiana que não pede licença para existir — apenas ocupa o seu espaço.

A estilista Amanda Leite traduziu sua vivência em arte ao vestir a frase que nunca ouviu na infância: “A mais bonita da turma.”


Na passarela, o azul, o laranja e o amarelo refletiam o pulsar das ruas e das vielas — o mesmo som da resistência que ecoa nos becos de Salvador.

 

Espelho: quando o mar devolve o reflexo da autoestima

 

Com Rachel Reis embalando o público ao som de “Sexy Iemanjá”, o desfile mergulhou na leveza e no poder feminino. O branco, o lilás e o verde trouxeram o mar como símbolo de pureza e força.


Cada look era uma oferenda à beleza da mulher negra — aquela que carrega no corpo a poesia, e no olhar, a coragem de continuar sendo quem é, mesmo quando o mundo tenta dizer o contrário.

 

 Beleza com propósito

 

Nos bastidores, marcas como Avon e Bracell transformaram o evento em um verdadeiro movimento social. A Avon levou maquiagem gratuita, autoestima e uma poderosa campanha contra a violência doméstica. Já a Bracell mostrou que moda e sustentabilidade podem caminhar juntas, com tecidos de viscose produzidos por mulheres apoiadas em projetos sociais.

 

Como ativista social, eu vejo nesse desfile muito mais que moda — vejo política, resistência e consciência. O Afro Fashion Day é o retrato vivo do que acontece quando o povo preto é ouvido, visto e celebrado.


Cada cor, cada trança, cada sorriso foi uma resposta a séculos de invisibilidade.

 

Enquanto muitos ainda tentam apagar nossa história, eventos como esse reacendem a chama da representatividade e mostram que a Bahia é a mãe da beleza, da arte e da força de um povo que não se curva — apenas brilha.

 

“O Afro Fashion Day não foi só um desfile — foi um espelho que mostrou quem realmente somos. E você, já se reconheceu no reflexo da sua história?”

 

Quer saber mais sobre cultura, resistência e arte da Bahia?


Acompanhe tudo no Papo de Artista Bahia — onde a voz do povo ganha estilo e verdade.

 

Foto: Internet



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