“Adeus ao Churrasco da Praia? Entenda o Projeto que Está Mexendo com o Coração dos Soteropolitanos!”

Por: Nilson Carvalho – Jornalista, Ambientalista e Defensor dos Direitos Humanos

Imagine o cenário: o sol brilhando, o som do mar, o cheiro do carvão queimando e a alegria do povo baiano reunido na praia — símbolo maior da nossa liberdade e cultura popular. Agora imagine tudo isso sendo proibido. Pois é, essa é a discussão que está pegando fogo na Câmara Municipal de Salvador.

O Projeto de Lei 18/2025, de autoria do vereador André Fraga (PV), propõe proibir churrascos e caixas de som nas praias, com multas que podem chegar a R$ 20 mil. Além disso, o texto também fala em vetar acampamentos, tendas e o trânsito de animais sem tutor e proteção.

A proposta, segundo o vereador, tem o objetivo de preservar o meio ambiente e garantir o bem-estar coletivo, evitando poluição sonora, sujeira e riscos à fauna local. A responsabilidade pela fiscalização ficaria com a Secretaria de Sustentabilidade e Proteção Animal, em conjunto com outras pastas do município.

Mas é aqui que entra a grande questão: até que ponto proteger o meio ambiente significa restringir o lazer e a cultura popular do povo?

Como ativista social, vejo com preocupação quando leis nascem sem um amplo diálogo com quem mais será afetado — a população humilde que encontra na praia um refúgio gratuito, um espaço de convivência e alegria.

É claro que a desordem precisa ser combatida. Ninguém quer praias sujas ou poluídas. Mas será justo colocar todos no mesmo saco e punir com multas altíssimas quem só quer celebrar a vida ao som de uma boa música e um churrasquinho entre amigos?

A proteção ambiental é essencial, mas ela precisa andar de mãos dadas com a inclusão social.

Não se muda a consciência do povo com multas, mas com educação, campanhas e oportunidades para fazer diferente.

 Talvez a verdadeira mudança esteja em educar, não em proibir.

O vereador pediu mais tempo para debater o tema — e isso é bom sinal. Que dessa vez, o diálogo venha com a escuta das comunidades, dos trabalhadores de praia, dos artistas e dos cidadãos que fazem da orla o coração pulsante da nossa Salvador.

E você, o que acha? Proibir é o melhor caminho ou precisamos aprender a usar com consciência?

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Foto: Internet