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Abre as asas liberdade

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Um dia Castro Alves o poeta baiano, que lutou contra a escravidão, escreveu “ meu DEUS, meu DEUS, mas que bandeira é esta, que impudente na Gávea tripudia, silêncio musa, chora e chora tanto que o pavilhão se lave no teu pranto “


Quando esses versos foram escritos pelo brilhante e jovem poeta, ele quis retratar a sua indignação quanto as mazelas que escravidão negra trazia para o povo escravizado, e que a nossa Bandeira acobertava e aceitava sem nada fazer para acabar com aquela situação degradante, naquele Brasil colonial, onde a força do trabalho dos irmãos africanos era usada para impulsionar a economia em nosso país.


Ele é alguns outros poucos se levantavam contra aquilo que para uma classe de privilegiados era o ideal, nunca deveria ter fim, não se importando com o sofrimento dos escravos.


Interessante é que episódios vão se repetindo, em ambientes modificados, em épocas diferentes, mas trazem os mesmos ingredientes, que dividem as opiniões, hoje se tem motivos de sobra para alguns se indignarem com o que vem acontecendo com o nosso velho e querido Brasil.


Dessa vez a indignação, os receios e os desconfortos, não são gerados pela presença de uma escravidão de irmãos africanos, agora as circunstâncias do descontentamento são geradas por poderes constituídos que não cumprem bem os seus papéis e deixam o povo a mercê das atitudes desmedidas, sem rumo e sem lógica de um poder que saiu dos trilhos e ameaça, nos levar a ser um país, onde o estado de direito, a liberdade de expressão, o legítimo direito de defesa e do contraditório sejam suprimidos, portanto transformando toda uma população em escravos, dos ditames, vontades e caprichos da classe privilegiada que estiver no comando da nação.

Ora, isso me parece uma escravidão, muito mais abrangente, do que a que combatia Castro Alves.


Então ficamos no aguardo que surjam, poetas, artistas, políticos que encarnem o papel de abolicionistas, deem um grito de libertação e apareça uma princesa Isabel, e nos livre desse cativeiro que se faz iminente, e não tenhamos de nos envergonhar da nossa bandeira como disse Castro Alves.

“Ouriverde, pendão da minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança

Estandarte que a luz do céu encerra

As promessas divinas da esperança

Tu que da liberdade após a guerra,

Foste hasteado dos heróis na lança,

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servires a um povo de mortalha “

Deus não permita que isso aconteça e dê coragem e discernimento aos que podem nos libertar.

 

Até breve e um forte abraço

José Cupertino Filho

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