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“Você seria a próxima primeira-dama”: Jéssica Senra revela assédio de ex-candidato à Prefeitura de Salvador e expõe machismo estrutural na política e na imprensa

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Por Nilson Carvalho – Jornalista, ativista social e defensor dos Direitos Humanos

 

Na última quinta-feira (11), durante participação no podcast Pulse, a jornalista baiana Jéssica Senra expôs um episódio lamentável e, infelizmente, recorrente na vida de muitas mulheres: assédio disfarçado de elogio vindo de uma figura política de destaque. No caso, um ex-candidato à Prefeitura de Salvador.

 

O relato, feito com coragem e leveza, não esconde a gravidade do ocorrido: segundo Jéssica, durante uma entrevista, o político se aproximou sorrateiramente e, sem qualquer abertura prévia, sussurrou no ouvido dela:

 

“Se eu não fosse casado, você seria a próxima primeira-dama de Salvador.”

 

Jornalismo não é passarela, e mulher não é troféu


A fala que poderia passar despercebida aos olhos de uma sociedade adormecida é, na verdade, o retrato de uma cultura patriarcal que insiste em reduzir mulheres ao seu corpo, ao seu gênero, ao desejo alheio — mesmo quando elas estão em pleno exercício da profissão.

 

Não era um bar. Não era um encontro casual. Era um estúdio, uma entrevista, um ambiente de trabalho. E mesmo ali, a jornalista foi tratada como objeto de desejo, e não como profissional.

 

O machismo sussurra onde o respeito deveria falar alto

O mais perturbador é a naturalidade com que homens em posição de poder se sentem autorizados a invadir o espaço íntimo de uma mulher com frases ditas em tom "galanteador", como se seu status político justificasse o desrespeito.

 

Jéssica reagiu com maturidade, ironia e, acima de tudo, coragem ao trazer o caso à tona. Mas muitas outras mulheres, todos os dias, se calam por medo, por vergonha ou por falta de apoio institucional.

 

Esse relato não é apenas sobre uma jornalista. É sobre milhares de mulheres que são caladas, testadas e constrangidas no ambiente de trabalho — todos os dias.

 

 Leia. Compartilhe. Reflita. Até quando teremos que ver essas situações constrangedoras?


Assédio não é charme. É violência. A política não é lugar para bajuladores, e o jornalismo não é território para machistas. É hora de acabar com o silêncio e ampliar as vozes. Respeitar mulheres não é gentileza — é o mínimo.

 

E para os que ainda agem nas sombras: cuidado. As mulheres estão falando. E o mundo está ouvindo.


Foto: Internet

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