top of page

Veja as facções que cercam os circuitos oficiais do Carnaval de Salvador


Organizações criminosas usam "biqueiras"

Daqui a três dias, a magia vai acontecer. Na “corda”, na “pipoca” ou nos camarotes, foliões se esbaldarão na passagem dos trios. Mas o que muita gente não sabe ou não percebe é que, no entorno do Carnaval de Salvador, outra festa acontece, a do narcotráfico. Mesmo com a instalação de barreiras pela polícia, para controlar o acesso, o consumo de drogas acontece nos circuitos porque a venda de entorpecentes rola solta nas extremidades, sob os olhares ávidos do Comando Vermelho (CV) e do Bonde do Maluco (BDM).

“A droga é um negócio lucrativo. Muita gente no mesmo espaço. Assim como a cerveja, o abadá, ela tem alta demanda neste período. As barreiras de acesso impedem que haja um comércio dentro da festa, mas não o consumo. As organizações lucram milhões nas ‘biqueiras’ (pontos de venda), que funcionam às margens do circuito”, declara um major da Polícia Militar que há mais de 10 anos trabalha nos circuitos do Carnaval de Salvador. 

 

O circuito mais tradicional da festa é o Osmar (Campo Grande), que vai do Campo Grande, segue pela Avenida Sete, retorna na Praça Castro Alves e segue a Avenida Carlos Gomes até o Largo dos Aflitos. Estes dois últimos trechos, parte do fundo deles, dão para a comunidade da Gamboa, uma das regiões de tráfico mais lucrativa para o CV, tendo em vista o fato de estar muito próximo a bairros nobres, seus principais consumidores. Supostamente na tentativa de manter a hegemonia na região, três integrantes da facção carioca mataram uma pessoa e deixaram outras duas feridas na Rua Carlos Gomes, durante o Carnaval de 2023. Era por volta das 4h, quando tudo aconteceu. 

 

No momento do crime, passava o Bloco Amor e Paixão – tudo aconteceu fora das cordas do trio. Segundo a polícia, os traficantes chegaram dizendo que eram da Gamboa e que estavam ali para matar rivais do Centro Histórico, onde o domínio é do BDM. Foi quando avistaram Marcos Souza Menezes e começaram a atirar. Outros dois homens foram atingidos, um na perna e outro de raspão na barriga. “Com as câmeras, foi possível constatar que a arma saiu de um dos casarões na Castro Alves. Depois, alguns envolvidos foram presos, mas não tem como a polícia ir em todos aqueles prédios antigos no Centro, são inúmeros”, declara o major.   

 

Ainda nos fundos da Carlos Gomes está o bairro Dois de Julho, cujo tráfico é dominado pelo BDM. Em outubro do ano passado, três pessoas morreram, entre elas uma mulher, em frente ao Museu de Arte Sacra da Bahia, em um ataque do CV. Uma quarta vítima sobreviveu. 

 

Vitrine

 

No ano passado, a festa movimentou mais de R$ 2 bilhões e contou com 11 milhões de foliões. Um dos circuitos mais desejados é o Dodô (Barra/ Ondina). É nele que vai desfilar a maioria das estrelas da Axé Music e onde estarão os maiores camarotes e patrocinadores da folia. E não muito distante dele está o Calabar. A Base Comunitária da Polícia Militar não impede o tráfico, que se mantém firme, assim como os confrontos entre organizações criminosas, como em setembro de 2023, quando o território, controlado pelo BDM, foi invadido pelo CV. Houve intensa troca de tiros, toque de recolher e foi necessária a ocupação da polícia. 

 

Reportagem completa no link abaixo:

 

 

Foto do(a) author(a) Bruno Wendel

Por: Bruno Wendel

 

 

 

Compartilhe com seus amigos;

Doe R$ 1,00 Ajude a Construir o Instituto Social Artes Para Todas as Idades APTI

PIX: CNPJ: 19.463.326/0001-83

 
 
 

Comentários


bottom of page