“Uma Família, Três Esposas e a Coragem de Amar Fora do Manual”
- Nilson Carvalho

- 13 de jun.
- 2 min de leitura

No Dia dos Namorados, enquanto corações se vendem embalados por jantares românticos e buquês padronizados, uma história real — vivida bem aqui, na Bahia — rompe com tudo o que se espera do amor.
Gabriel Oláńrewájú Swahili, professor da Faculdade de Educação da UFBA, compartilha a vida com três esposas. Não é poliamor, nem “trisal de rede social”. É um casamento com raízes profundas na ancestralidade africana, onde o amor se traduz em verdade, escolha e cuidado. Uma união reconhecida por eles, sustentada pela escuta, e fortalecida por um valor que falta a muitos casais monogâmicos: compromisso real.
Enquanto a sociedade ainda normaliza a traição masculina escondida atrás da "monogamia serial", Gabriel optou por viver à luz da verdade — com acordos transparentes, filhos criados com afeto coletivo e um cotidiano construído entre casas próximas, onde cada esposa tem sua individualidade respeitada.
Mas quem ama fora da norma, paga o preço do tabu.
O preconceito é constante. A legislação brasileira não reconhece a união. Os filhos sentem o peso de um sistema que criminaliza afetos diferentes. Mas Gabriel segue firme. Ele não está apenas vivendo um amor incomum: está reparando vínculos históricos destruídos pelo racismo, devolvendo dignidade aos afetos negros sufocados pela escravidão.
“Não é sobre ter três mulheres. É sobre ter verdade com cada uma delas. É sobre reconstruir laços que nos ensinaram a negar”, diz Gabriel. Para ele, o amor não é um contrato entre corpos, mas um pacto entre linhagens — que honra ancestrais e prepara caminhos para os que ainda virão.
Enquanto tantos casais se desfazem por falta de escuta, respeito e verdade, essa família se sustenta com o que há de mais raro: consciência afetiva.
"Antes de julgar o que não cabe no seu mundo, pergunte se o seu amor cabe dentro da verdade.”
Foto: Internet
Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos
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