Tragédia na estrada: motociclista perde a vida em acidente com carro de secretários e deputado na Bahia

Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

Na noite desta quinta-feira (4), o Oeste da Bahia foi palco de mais uma tragédia que escancara as feridas do nosso trânsito. Um motociclista perdeu a vida em um acidente envolvendo o carro que transportava dois secretários estaduais e um deputado. O choque aconteceu no município de Barra, e a vítima – um trabalhador, um filho, talvez um pai de família – morreu ali mesmo, sem chances de defesa.

Dentro do carro estavam os secretários Pablo Barrozo (Agricultura) e Ângelo Almeida (Desenvolvimento Econômico), além do deputado estadual Rosemberg Pinto, líder do governo na Assembleia Legislativa. Eles retornavam do evento Barra Agro Show. Nenhum dos ocupantes do veículo oficial sofreu ferimentos.

As autoridades informaram que prestaram socorro imediato, chamaram o SAMU, mas o motociclista não resistiu. Seu nome não foi revelado até o momento.

Mais do que números: uma vida interrompida

Esse acidente não pode ser tratado apenas como mais uma estatística fria. Não é “mais um acidente”, é a perda de uma vida. É um vazio que se abre em uma família, uma cadeira que ficará vazia na hora do jantar, um abraço que nunca mais será dado.

E aqui cabe uma reflexão: até quando o povo pobre vai ser o maior atingido pela violência do trânsito? São motociclistas, ciclistas, trabalhadores que usam a estrada todos os dias para garantir o pão de cada dia e que acabam sendo as maiores vítimas.

Justiça social e mobilidade segura

Enquanto carros oficiais, com toda a segurança, cruzam as estradas, o povo segue arriscando a vida em condições precárias: rodovias mal sinalizadas, iluminação falha, buracos que parecem crateras e, muitas vezes, a pressa para chegar em casa depois de mais um dia de luta.

O que aconteceu em Barra deveria acender um alerta: o trânsito precisa ser tratado como questão de vida, não apenas de tráfego. Não basta lamentar em nota oficial, é preciso investir em segurança viária, campanhas de conscientização, fiscalização justa e, sobretudo, respeito à vida humana.

O recado que fica

Que essa tragédia não seja engolida pelo esquecimento, como tantas outras. Que o nome desse motociclista – mesmo que ainda não divulgado – represente todos aqueles que perderam a vida nas estradas da Bahia.

Porque cada cruz à beira da pista é um grito que ecoa: não podemos normalizar a morte no trânsito.

“Mais que estatísticas, são vidas. Respeitar o trânsito é respeitar a vida do povo.”

Foto: Internet