Tragédia na BR-242: Quando a Estrada Silencia Vidas e Grita por Consciência Coletiva

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Ambientalista e Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura

Na manhã desta quinta-feira, o asfalto da BR-242, em Seabra, testemunhou mais que um acidente: viveu um luto que ecoa além do barulho de sirenes. Duas vidas interrompidas numa colisão frontal entre uma carreta com carga perigosa e um caminhão baú. A tragédia aconteceu por volta das 7h, no km 466, e mais uma vez nos lembra que nossas rodovias não são apenas vias de transporte — são cenários de dor, descuido e omissão estrutural.

A Polícia Rodoviária Federal interditou a pista em ambos os sentidos. O tráfego parou. Mas o que não pode parar é a reflexão profunda sobre o colapso humano e logístico das estradas brasileiras, que ceifa vidas todos os dias, em silêncio.

Duas pessoas perderam a vida. Seus nomes ainda não foram revelados. Mas já podemos imaginar o que ficou: uma mãe esperando em casa, um filho órfão de abraços, uma família que jamais será a mesma. Quantas estatísticas ainda vamos normalizar? Quantas curvas mal sinalizadas, jornadas exaustivas, fiscalizações ineficazes e cargas mal geridas precisam se repetir até reconhecermos que não é só trânsito — é política pública, é direito à vida.

Apesar de um dos veículos carregar produto perigoso, não houve vazamento ou contaminação, segundo informações preliminares. Mas a pergunta que resta é: e o vazamento diário de vidas, de sonhos, de dignidade nas estradas brasileiras?

É preciso dizer com clareza: cada morte no trânsito é uma sentença escrita por mãos invisíveis, mas responsáveis — do Estado, do sistema logístico e de todos nós que cruzamos os braços.

Compartilhe, reflita, denuncie. Porque toda vida importa. Porque a próxima vítima pode estar em nossa família.

"As estradas do Brasil não podem mais ser túmulos abertos – elas devem ser caminhos de vida, não de morte."

– Nilson Carvalho

Foto: Internet