Segurança Pública: Entre Números, Fardas e a Urgência por Humanidade
- Dimas Carvalho

- 2 de jul.
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Por: Dimas Carvalho – Colunista do Jornal Papo de Artista Bahia e Ativista Social.
Em pleno 2 de Julho, data que ecoa o grito de liberdade e resistência do povo baiano, o Secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, anunciou reforços nas tropas e um possível novo ciclo de concursos para Polícia Militar, Civil, DPT e Corpo de Bombeiros. O discurso é técnico, os números impressionam: mais de 6 mil profissionais convocados nos últimos dois anos, novas turmas em formação e editais já lançados para oficiais.
Mas por trás das estatísticas, há uma pergunta que ecoa em meio ao povo que marchou por justiça neste mesmo 2 de Julho: de que tipo de segurança estamos falando?
A ampliação dos efetivos é necessária e urgente, sobretudo em um estado que enfrenta índices alarmantes de violência. Mas é preciso ir além da convocação de soldados. A verdadeira segurança pública começa onde a dignidade humana é respeitada: nas escolas que funcionam, nos postos de saúde que acolhem, na moradia digna, na cultura que resgata, na juventude que tem oportunidade.
Investir em fardas, sem investir em políticas sociais estruturantes, é enxugar gelo com luvas de ferro. O jovem negro da periferia precisa de proteção, não de estatísticas. Precisa de oportunidades, não de abordagens arbitrárias. A polícia que o povo precisa é aquela que age com técnica, mas também com empatia e compromisso com os direitos humanos.
A convocação de novos agentes é um avanço — sim, é necessário. Mas que esses novos servidores venham também preparados para proteger sem ferir, agir sem excluir, servir com justiça e humanidade.
Porque segurança não é só presença policial. Segurança é também ausência de medo.
“Enquanto a paz for medida por armas e não por oportunidades, o povo continuará inseguro — mesmo cercado de soldados.”
Leia. Compartilhe. Reflita. Porque segurança de verdade se constrói com respeito à vida.
Foto: Internet







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