Sebrae aponta cinco forças que estão transformando o mercado de trabalho
- Nilson Carvalho
- 14 de mai.
- 4 min de leitura

Automação, trabalho remoto, soft skills e mais: descubra que fatores estão redesenhando o futuro profissional
De acordo com o Sebrae, cinco grandes transformações estão moldando o mercado de trabalho atual e, junto com os desafios, surgem oportunidades promissoras. A primeira dessas mudanças é a automação acelerada de tarefas repetitivas, impulsionada pela inteligência artificial. Profissões baseadas apenas na execução estão desaparecendo ou mudando radicalmente. Ao mesmo tempo, ganham valor as atividades criativas, estratégicas e de relacionamento humano. A requalificação (reskilling e upskilling) torna-se essencial nesse contexto, abrindo espaço para startups que ofereçam soluções de aprendizagem eficazes e acessíveis.
A segunda transformação é a consolidação dos modelos de trabalho remoto e híbrido. A flexibilidade, antes vista como diferencial, agora passou a ser pré-requisito. Essa nova conjuntura também amplia a concorrência global por talentos e impulsiona ferramentas de gestão à distância, cuidados com saúde mental no ambiente de trabalho e a criação de hubs de coworking em diversas regiões.
Outro ponto-chave é a contratação sob demanda. Muitos profissionais, especialmente os mais especializados, têm preferido atuar por projeto em vez de manter vínculos tradicionais. Isso favorece plataformas que conectam freelancers de alta performance com empresas que buscam agilidade e expertise.
Além disso, habilidades socioemocionais — como liderança, empatia, comunicação, criatividade e adaptabilidade — passam a ser tão ou mais valorizadas que competências técnicas. Serviços que promovam o desenvolvimento dessas soft skills por meio de experiências práticas, gamificadas ou com apoio de tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial personalizada tendem a se destacar.
Ainda nesse cenário, a sustentabilidade e o impacto social estão no centro das decisões de consumidores e investidores. Negócios que integrem práticas ESG de forma concreta e mensurável, e não apenas como discurso, têm mais chances de prosperar. Isso se relaciona diretamente à valorização da chamada economia verde — um modelo que busca promover o crescimento econômico ao mesmo tempo em que reduz impactos ambientais e sociais. Trata-se de um conceito que estimula negócios sustentáveis, investimentos responsáveis e o uso inteligente dos recursos naturais.
Em conjunto, a economia verde e a inovação tecnológica vêm abrindo novas fronteiras profissionais e redesenhando setores inteiros da economia.
Desafios da reinvenção
Hoje, quem busca se reinventar profissionalmente enfrenta alguns grandes desafios. Segundo Tauan Reis, coordenador de Negócios Inovadores do Sebrae, o primeiro é o desapego do modelo mental antigo — muitas pessoas têm dificuldade em aceitar que o que as trouxe até aqui talvez não seja suficiente para levá-las adiante. Outro grande desafio é a curva de aprendizado acelerada: novas habilidades precisam ser adquiridas rápido, o que exige disciplina e mentalidade de crescimento.
Além disso, existe a sobrecarga de informações, já que, com tantos cursos, conteúdos e tendências disponíveis, muitas pessoas podem acabar se perdendo, caso não tenham um plano claro. Também pesa o medo de recomeçar ou de errar publicamente, o que trava muita gente. Por fim, há o desafio de se posicionar bem no mercado, criando uma narrativa pessoal que mostre relevância, mesmo que a pessoa esteja mudando de área ou de função.
Profissões em ascensão
Nesse novo cenário do trabalho, surgem também novas oportunidades. A combinação entre tecnologia, sustentabilidade e novas formas de organização está abrindo espaço para carreiras que, até pouco tempo, nem existiam ou eram pouco conhecidas. Muitas dessas profissões estão ligadas à resolução de problemas complexos, à criação de soluções inovadoras e à capacidade de lidar com mudanças constantes — características essenciais no mundo de hoje.
Setores e profissões promissoras para os próximos anos:
- Especialistas em Inteligência Artificial e Machine Learning – Desenvolvem algoritmos, aplicam IA em setores como saúde, finanças, educação e indústria. A IA está se tornando o “motor” invisível por trás de quase tudo, acelerando processos — de diagnósticos médicos a decisões financeiras.
- Profissionais de Cibersegurança e Privacidade de Dados – Protegem sistemas contra ataques cibernéticos e garantem conformidade com leis como GDPR e LGPD. A explosão de dados e o trabalho remoto aumentaram drasticamente o risco cibernético.
- Especialistas em Sustentabilidade e ESG – Criam estratégias sustentáveis, medem impacto ambiental e social, adaptam empresas a novas regulações. ESG deixou de ser moda e virou exigência de investidores, consumidores e governos.
- Designers de Experiência do Usuário (UX/UI) – Criam experiências digitais agradáveis, intuitivas e eficientes. A competição pelo tempo e atenção dos usuários é brutal; uma boa experiência virou diferencial competitivo.
- Profissionais de Saúde e Biotecnologia – Atuam no desenvolvimento de novos tratamentos, medicamentos, terapias genéticas e telemedicina. A combinação de envelhecimento populacional e novas tecnologias está revolucionando os cuidados com a saúde.
- Consultores e Educadores de Requalificação (Reskilling/Upskilling) – Preparam trabalhadores para novas carreiras em setores digitais ou em transformação. A obsolescência de habilidades virou uma preocupação central de governos e empresas.
Fonte: Tauan Reis, coordenador de Negócios Inovadores do Sebrae
Apoio à transformação
O momento exige não apenas atualização, mas também visão de futuro. Ainda de acordo com Tauan Reis, as competências empreendedoras mais valorizadas serão aquelas que combinam criatividade, agilidade, visão estratégica e sensibilidade humana. Ao CORREIO, ele também destacou que, no cenário do empreendedorismo, a adaptabilidade e a resiliência se tornam fundamentais para lidar com mudanças constantes, assim como o pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas complexos de forma prática.
Empreendedores precisam ter uma visão sistêmica, conectando tecnologia, mercado e sociedade, além de se comunicar de maneira clara e mobilizar pessoas com empatia e colaboração
Reportagem completa no link abaixo:
Foto do(a) author(a) Estúdio Correio
Estúdio Correio
Por: Gabriela Araújo
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