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Salvador sob alerta: não é só a chuva que cai — é o reflexo do abandono climático urbano

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Por Nilson Carvalho – Jornalista, Ativista Social e Embaixador dos Direitos Humanos

 

Mais um fim de semana começa em Salvador sob céu nublado, ventos moderados e previsão de chuva fraca a moderada, segundo a Defesa Civil (Codesal). De sexta (11) a domingo (13), a capital baiana enfrentará até 80% de chances de precipitação, com temperaturas variando entre 20ºC e 29ºC e índice UV classificado como muito alto.

 

Mas a pergunta que não quer calar não é “vai chover?”. É: como nossa cidade tem enfrentado (ou ignorado) os efeitos dessas mudanças climáticas frequentes sobre a vida dos mais vulneráveis?

 

A cada pancada de chuva, uma tragédia anunciada


Para muitos moradores de bairros periféricos, chuvas em Salvador não significam apenas céu cinzento ou dias frescos — significam ameaça, perda, insegurança. Com moradias precárias, encostas instáveis, sistema de drenagem deficiente e pouca presença do poder público, qualquer previsão de chuva se transforma em alerta silencioso de tragédia.

 

São casas alagadas, deslizamentos de terra, muros que desabam, móveis destruídos e vidas reviradas. A cidade que parece bela nas propagandas turísticas, torna-se cruel para quem vive nas regiões esquecidas pelos gestores.

 

Quando o tempo ameaça e o descaso castiga

O aviso da Codesal informa, com precisão técnica, que teremos dias com ventos de até 35 km/h e alta radiação solar. Mas nada diz sobre a ausência de políticas públicas estruturantes para enfrentar a crise climática urbana, que já bate à porta dos soteropolitanos todos os meses — especialmente nos bairros populares.

 

Não há investimento suficiente em moradia digna, saneamento básico ou reflorestamento urbano. Os mais pobres continuam enfrentando sozinhos o peso das águas e do abandono.

 

Chuva para uns, risco de vida para outros

Enquanto uns se preparam com capas de chuva e guarda-chuvas, outros se protegem com lona plástica e oração. A desigualdade se revela até na forma como enfrentamos o clima.

 

A meteorologia nos avisa com números. A realidade grita com nomes, rostos e famílias inteiras à beira do colapso toda vez que o céu escurece.

 

Leia. Compartilhe. Reflita.

 

Previsão do tempo é ciência. Prevenção e justiça social é obrigação. Que não chova mais vergonha sobre uma cidade que fecha os olhos para quem vive abaixo das nuvens — e muito abaixo da dignidade.


Foto: Internet

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