São João da Bahia: Quando a Tradição Vira Destino e a Cultura Vira Ponte com o Mundo
- Nilson Carvalho
- 24 de jun
- 2 min de leitura

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador da Paz e dos Direitos Humanos
Não é mais apenas no compasso do axé ou sob o brilho do Carnaval que a Bahia encanta o mundo. Agora, é o som da sanfona, o estalar das fogueiras e o colorido das bandeirolas que ganham protagonismo. O São João baiano vem se consolidando como uma das maiores vitrines culturais e turísticas do Brasil, levando a alma nordestina para os quatro cantos do planeta.
A força dessa tradição se reflete nos números: a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) estima a presença de quase 2 milhões de turistas neste período, superando expectativas e transformando vilarejos em centros de efervescência cultural. Em 2024, foram 1,7 milhão de visitantes, com uma movimentação econômica de R$ 2 bilhões. Agora, em 2025, a festa é ainda maior — e mais internacional.
O Pelourinho, coração histórico de Salvador, pulsa com o ritmo do arrasta-pé. Visitantes como o carioca Daniel Brasil, de 43 anos, chegam curiosos e saem encantados. “Não podia perder a oportunidade de conhecer essa tradição nordestina”, conta ele, com os olhos brilhando sob a luz da fogueira.
Segundo Maurício Bacelar, titular da Setur, já há turistas estrangeiros mapeados em todas as 13 zonas turísticas da Bahia. Do Recôncavo ao Sertão, da Chapada ao Litoral, a Bahia se revela como um mosaico vivo de cultura, calor humano e acolhimento. O diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Seção Bahia, David Costa, confirma: “Nunca vi um movimento tão forte nos hotéis. A programação do interior está fantástica”.
E quando se fala em grandiosidade e organização, Camaçari se destaca como um dos maiores polos juninos do estado. O Camaforró, já consagrado no calendário cultural da Bahia, reúne milhares de pessoas em uma celebração marcada por grandes atrações, segurança e um acolhimento que só o povo camacariense sabe oferecer. Mas Camaçari não encanta apenas pelo forró: seu litoral deslumbrante, com praias como Arembepe e Guarajuba, oferece um contraste único entre o calor do São João e a brisa do mar. É nesse cenário que a tradição encontra a beleza natural, e a festa se transforma em experiência inesquecível para turistas e moradores.
Em Lençóis, no coração da Chapada Diamantina, a ocupação hoteleira chegou a 100%. Em Santo Antônio de Jesus e Amargosa, o forró ecoa forte. A paulista Cari Lopes, de 80 anos, resume o sentimento coletivo: “Eu queria vivenciar uma quadrilha de verdade. Aqui é maravilhoso. Valeu cada quilômetro”.
O São João da Bahia não é apenas uma festa — é um reencontro com as raízes, uma declaração de pertencimento, um presente ao Brasil e ao mundo. Ele resgata memórias, conecta gerações e transforma cidades em palcos de uma arte que pulsa viva, resistente e cheia de identidade.
Frase de despertamento:
"Quando a cultura é celebrada com verdade, ela não é apenas atração — é resistência, é ponte, é alma. Compartilhe essa chama. Que o São João da Bahia desperte o mundo para o valor da nossa raiz."
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